BOSQUE DE SÃO NUNCA
O BOSQUE DE SÃO NUNCA
Um colono morador de uma pequena cidade do interior era proprietário de uma gleba de terra na área rural do município. Na sua terrinha ele cultivava sua lavoura de subsistência.
Durante anos seu trajeto foi da casa para o trabalho e vice – verso, Naquele continuo vai e vem, passou a observar certo urubu pousado sobre uma centenária arvore seca, existente a margem do seu caminho. Em principio não deu muito valor ao fato, mas no decorrer do tempo começou a se intrigar, afinal já ia pra mais de dez anos, com aquele corvo na mesma galha, de frente à estrada sem redar um só dia. Matutando sobre o fato decide averiguar indo ao local. Estanhou ao perceber que tudo estava limpo, quando o certo seria estar infestado de penugens e fezes da ave.
Levou um grande susto quando, sozinho exclamou: -- que diabos estará fazendo este bicho a tantos anos neste lugar?— Em verdade não sou nenhum bicho! Sou um espírito mau muito mau, tão mau que nem no inferno me aceitaram! Trêmulo o colono perguntou -- o que de tão mal praticastes para merecer tamanho castigo? – Fui um dos piores homens em vida! Tive muito poder nas mãos, cometi muitos pecados, nunca pratiquei se quer um ato nobre, roubei matei, todo mal possivel, que se possa imaginar, eu pratiquei. Ao falecer nem cogitei o céu, bati direto na porta do inferno. Recusaram-me afirmando que, com meu currículo, seria uma ameaça ao posto do chefe satanás. Por vingança mandaram-me tentar vaga no céu. Deus todo generoso disse-me que daria o perdão, mas eu teria que implorar alguem, para jejuar durante um ano por mim! Ou então serei urubu eternamente! – Pois saiba, acabastes de encontrar! Farei por ti!
-Veja lá o que propões! Esta é uma tarefa dificil!
-Farei sim com toda certeza... Já que estás arrependido mereces meu sacrifício! Amanhã começarei!
No dia seguinte em seu percurso uma pena branca apareceu no peito do urubu. E durante todo o tempo cada dia de jejum era uma pena branca a mais que surgía.
Ao término do ano de sacrifício, colono e urubu estavam grandes amigos, e pouquíssimas penas pretas restavam.
No penúltimo dia ao voltar do trabalho o urubu disse ao colono; -hoje tu será tentado e vai quebrar teu jejum!- De forma nenhuma por nada no mundo quebrarei esta corrente que tem feito muito bem!
Chegou a casa cumpriu seu ultimo ritual. Lá pelas tantas, antes um pouco da meia noite um grupo de amigos que há anos não se reuniam, apareceu de surpresa em sua casa. Impolgado com a visita ele se esqueceu de tudo e quebrou o jejum com os comes e bebes levados pelos colegas.
No dia seguinte ao passar para o trabalho la estava seu amigo mais preto do que carvão. – Não te falei que quebraria teu jejum! -- Farei tudo de novo! Afirmou ele. De fato cumpriu com sua promessa, fez novamente outro ano de jejum. Ao concluir, o mesmo aviso, os mesmos amigos, e a mesma decepção! –Eu não disse que quebraria novamente! - Farei de novo afirmou o colono. E cumpriu de fato. Três anos de jejum,ultimo dia, o urubu branquinho, com apenas uma única pena preta. O colono preparou uma porção de pó de mico, quando seus colegas chegaram, ele atirou pó de mico em todos eles. Desesperados com tamanha coceira, eles correram para o rio. Passou da meia noite, voltaram todos aliviados e fizeram uma boa festa riram bastante dos três anos de jejum. No dia seguinte com os amigos não acreditando na história; voltaram à suas casas. Ele dirigiu ao local... O urubu à sua espera branquinho como uma garça, lhe disse: - agora tu que tem grande mérito perante Deus, pelos três anos de sacrifício, estenda teu corpo sobre a terra, cole teu ouvido no chão, e ouça a grande festa na minha chegado ao céu! O colono de ouvido colado no chão ficou tão encantado ao ouvir a beleza da recepção do amigo, que esqueceu do tempo. As sementes da velha árvore, nascerem e cresceram, formando um belo bosque. Muitos anos haviam decorrido, quando seus amigos deram por sua falta se lembraram de sua estória, foram ao local, encontraram lá apenas alguns fragmentos de seus restos mortais. Ergueram lá um monumento em sua honra. Colocaram o nome no local, de bosque de São Nunca e partir daí todos os pedidos impossíveis de serem concedidos, ficam para o dia de São Nunca. Inclusive as dividas dos mau sapgadores.
Você já ouviu tamanha mentira? –Eu nunca ouvi! Apenas uma de meu falecido tio Joaquim com um bagre de cinco palmos. Contava ele:- certa vez peguei um bagre de cinco palmos, no córrego do Barreiro! Começou a medir os palmos em sua perna, um, dois! Olhou o tamanho que medira e disse: - Sabe de uma coisa! Isso é muita mentira minha!