MODIFICANDO O DICIONÁRIO
MODIFICANDO O DICIONÁRIO
Doutor Cerqueira, formado na faculdade de não sei o que, na precisa data de não sei quando, havia a poucos dias assumido a Superintendência Administrativa de um grande e famoso Clube . A traz de sua mesa parecia mais um leão de que o picareta internacional, conhecido por alguns. Picareta já se sabia que ele era agora internacional, era ele que se fizera ser em virtude de que nas suas conversas sempre chamava atenção, pelas bravatas, até que já trabalhara na ONU.
Possuindo as qualidade de vendedor de papel que já conhecíamos, associada as novas personalidade adquirida, podia-se então chamá-lo de "picareta internacional".
Bem, desviei um pouco da rota, mas vamos pegar a nossa velha trilha, colocando o "doutor internacional", atrás de sua autoritária mesa. Estava sempre berrando, para ser autoridade respeitada tem que berrar, pensava, e assim agia. Para ser autoridade tem que berrar, falar educadamente não serve.
Berrava:
- Dona Lenir ( a diretora do DP) manda todos os funcionários, os empregados, a usarem a partir de hoje um crachá.
Mais tarde mais gritos:
- Dona Lenir, obrigue a todos também a bater cartão de ponto, chefes, gerentes, peões e até aqueles que ocupam posição de diretores, todos sem exceção. A brabeza das ordens eram tão severa que quase não escapam os macacos, araras, a onça (parecida com a Dona Lenir) e até os passarinhos do viveiro, inclusive ave símbolo do Clube. Gritava, gesticulava falava muita bobagem entremeadas por cobras e largatos.
Mais gritos:
-Oh Edivaldo ( chefe de Vigilância ), mais firmeza, aqui só tem ladrão. Empregado é ladrão, sócio é ladrão, visitante é ladrão. Até então não se sabia, ele estava sentado no próprio rabo. Completava pega, prende, expulsa, demite.
Como o homem era bem protegido pela admistração, agora dono de bons cargos, começaram a surgir os “puxa-sacos”. De puxadores a dedo-duro foi um pulinho só. Depois havia neguinho que dedurava tudo. Houve até chefes de seção que coloca em suas salas, em atitude "ritleristas" avisos. "Ordens não se discute. cumpre-se. Vai dai se falasse pulem dentro de uma poço ou sentem-se em um formigueiro.
Bem o clima de insatisfação aumentava dia a dia. Empregados cada vez mais empregados. Sócios cada vez mais sócios. Visitantes cada vez mais. Os pequenos furtos cada vez mais, os crachás cada vez menos, desapareciam do peito dos empregadas ( funcionários) os que atreviam a usa-los os faziam com desdém, seu uso passou a ser ate desmoralizante. Tanto é que o grande superintendente deu ordens severas para cortar o pagamento a quem se recusava a usá-los. Coincidiu que a empresa via-se com as receitas em dificuldade. O frio do inverno assustava os sócios, a pecuária concorria com o seu magnetismo de consumo, cobrança da taxa de manutenção abusiva afastava ainda mais o sócio. A insatisfação chega à administração do clube. Não se via mais o paparico dos primeiros meses. Nota que a boca miúda que os donos da bola não mais davam-lhe o passe. Desencanto total com a “Branca de Neve que viera da paulicéia desvairada”. Transformava-se célere na "Bruxa Malvada"
Em tal clima algnus arriscavam palpite que a queda do superintendente aproximava-se. Já se apostava na data, outros prometiam doces se fosse verdade, prometia-se até foguetório com rojões bem forte,
Ele caminhava cabisbaixo e a arrogância declinou.
Nessa ocasião então se acham como direito de modificar, digo, interpretar a nosso modo uma palavra do dicionário.
SUPRIEDENTE: É O SUPERINTENDENTE QUE NÃO DEU CERTO.
Goiânia, 24 de março de 2010.