Lobisomem
Era um sábado e no casarão enquanto Inês e Irene se arrumavam para o baile que iria acontecer em uma colônia da outra fazenda Maria Rita esta na janela e namora a pequena lua minguante, seus olhos brilham e o sonho do seu pensamento e imaginar o príncipe de sua vida chegando em seu cavalo branco e a tomando em seus braços e a levando para o castelo, com as suas mãos juntas suspirava aquele romance imaginário.
- Maria você não vai se arrumar ande logo menina nos não vamos te esperar.
Inês em um tom de voz gritado fala do outro quarto enquanto penteia o cabelo.
- A lua esta tão linda que eu não irei ao baile ficarei aqui esperando meu príncipe.
Irene está na sala e sua mãe arruma-lhe o grande laço na sua cintura questiona.
- Você quer um príncipe não espere que ele venha ate aqui, vá atrás dele como nos, você não sai não e vista pelos rapazes da região e ficara para titia.
Dna Dirce deixa a sala e vai ate o quarto da filha.
- Filha se arrume, coloque seu vestido branco ficará linda como a lua que tanto te encanta e por lá encontrara um príncipe mais lindo do que os do teu sonho.
A jovem olha para a mãe e se imagina por alguns segundos no baile e resolve se arrumar.
- Agora vocês têm que me esperar e vou me arrumar do jeito que eu gosto.
- Chegaremos atrasadas novamente no baile Irene se tiver algum príncipe por lá ele não vai ser nosso.
E as duas caem em gargalhadas enquanto a jovem Maria Rita se arruma e a cada vez que passa em frente ao enorme espelho parece que sua imagem fica mais irradiante, suas irmãs sentam na sala e começam a colocar pressa na jovem.
Depois de algum tempo ela esta pronta e as três caminham para a estrada que passa perto da casa e como já era de costume encontram moças e rapazes da fazenda que as esperam na estrada e todos vão caminhando já que não era longe onde aconteceria o baile, e durante o trajeto vários cavaleiros passaram montados e Maria Rita sempre buscava com seus olhos a lua que pouco iluminava a estrada de areia branca.
No baile todos dançam na luz de lampiões e Maria Rita esta lá fora sentada em um banco não dançou com ninguém, seu príncipe não estava no baile, depois de algum tempo Irene chega ate ela:
- Maria você não vai dançar tem muitos rapazes vamos entrar.
A jovem fica olhando para a porta da enorme barraca e se levanta e acompanha sua Irmã e entra para dentro, seus olhos correm todo o ambiente e em um dos cantos vê alguém diferente fica parada e olha fixamente para o rapaz que está parado olhando para o sanfoneiro, Maria Rita caminha lentamente para onde o rapaz está parado e quando ela esta no meio do salão ela para perdeu a coragem de continuar, o rapaz volta seus olhos para o salão e vê aquela linda jovem de vestido branco seus olhos brilham encantado pela beleza da moça e caminha para onde ela esta e a tira para dançar uma musica atrás da outra, Maria Rita encontrou seu príncipe.
Já era tarde o baile estava já acabando tinha poucas pessoas Inês e Irene estão sentadas esperando pela irmã que não para de dançar, quando os músicos decidem tocar a ultima musica.
- Ainda bem Irene que e a ultima musica estou com sono e cansada.
- Inês será que e o príncipe que ela queria, ela não o largou um minuto, nem nos apresentou, ate parece que estão namorando pelo jeito que ele segura a cintura dela.
A musica acaba e Maria Rita sai com o rapaz para fora e se despede com um beijo, ele monta seu cavalo e começa a galopar olha para trás e acena para a linda moça que fica olhando ate que ele desapareça na estrada.
- Vamos ainda temos que chegar em casa.
Irene a pega pelo braço e começa a andar, Inês pergunta sobre o rapaz.
- Quem e esse príncipe que passou despercebido por mim no baile Maria?
- O nome dele e Arthur não e da região mora com o tio, ele e lindo, meu príncipe encantado, disse que vem me ver no meio da semana.
E assim Maria Rita começou a namorar, algumas semanas depois como era de costume iria acontecer outro baile e Maria Rita queria estar com seu príncipe no baile, mas o jovem se recusou a ir.
- Mas Arthur eu quero ir com você no baile todo mundo vai estar lá.
-Maria eu não posso tenho que ajudar meu tio.
- O que seu tio faz a noite que você precisa ajudá-lo?
- Meu tio não vai a cidade então tenho que ir caçar com ele e a cada quatorze dias nos caçamos isso já acontece em nossa família há muitos anos e não posso quebrar esse costume, e se não for ele poderá passar fome já que não compra nada só vive de caça.
A jovem respeitou os afazeres do seu amado e no dia do baile ela ficou em casa, era um dia de lua cheia e ela ficou na janela apaixonada pela beleza da lua, e assim aconteceram varias vezes seu príncipe com o compromisso com seu tio a cada quatorze dias, mas isso não abalou o amor pelo jovem rapaz e se passaram muitos meses ate que:
- Arthur eu queria conhecer seu tio?
- Não, isso e impossível a muitos anos atrás quando ele era jovem teve problemas com as pessoas e se afastou de todos, vive em seu canto, eu já tentei fazer com que ele faça amigos mas ele se recusa vive isolado no seu mundo e não e boa ideia levar você ate lá, não me peça isso por que não poderei fazer.
Foram dois anos e meio de namoro e resolveram casar, aconteceu uma grande festa de casamento e Arthur veio morar na fazenda onde Maria Rita morava e a cada quatorze dias o jovem voltava para a casa do seu tio para caçar e cumprir sua obrigação, Maria Rita engravidou e veio nascer um menino que foi batizado com o nome de Luis, o menino tinha oito meses quando sua irmã Irene resolveu casar-se e marcou seu casamento, e a data foi chegando e era justamente em um dia que Arthur tinha que estar com seu tio, Maria Rita não aceitava o fato de seu marido não ir ao casamento.
- Mas Arthur e o casamento da minha irmã e você fala que não pode vir por que tem que caçar com seu tio, o traga vai ter bastante coisa pra comer, traga ele nos faremos de tudo pra que ele se sinta bem entre-nos.
- Maria você sabe que tenho essa obrigação e meu tio não vira ao casamento já lhe expliquei tudo sobre ele.
- Tudo bem Arthur, mas eu quero que você me leve no casamento, vai caçar um dia antes ou depois, mas não vai ficar sem ir ao casamento comigo.
Arthur sai sem falar nada e o tempo passa e na véspera do casamento Maria volta a falar sobre o assunto com Arthur.
- Amanha e o casamento e você ainda não resolveu o que vai fazer.
- Maria eu resolvi, irei ao casamento da sua irmã, mas ficarei o dia todo com meu tio, e só chegarei a noitinha quase na hora do casamento.
Maria Rita concordou com aquela decisão, e no outro dia Arthur saiu cedo para ficar com seu tio, já estava anoitecendo Maria Rita esperava por Arthur o casamento aconteceria em uma capela da fazenda a menos de um quilometro e a festa na barraca montada ao lado, todos se dirigiram para a capela e Maria ficou esperando por Arthur que estava atrasado.
O sino da capela anunciava a entrada da noiva, Maria Rita estava com o pequeno Luis nos braços quando ouviu o barulho do galope do cavalo Arthur estava chegando, Arthur estava sujo parecia que tinha lutado, estava muito cansado, mas foi tomar banho para levar Maria Rita ao casamento que já tinha começado.
Quando Arthur ficou pronto já se ouvia a musica de sanfona o baile estava começando, Maria Rita pegou o pequeno Luis nos braços e colocou sobre o menino um chalé vermelho e começou a andar pela estrada clareada pela lua cheia, Arthur do seu lado estava quieto e estranho, depois de um tempo Maria Rita perguntou paro seu esposo, por que ele estava quieto e por que chegou tão sujo daquele jeito.
- Não se preocupe Maria são coisas do meu tio e hoje ele estava muito irritado.
Depois de algum tempo caminhando Arthur falou:
- Maria eu vou entrar no mato continue a caminhar logo te alcanço tenho que fazer algo.
- Arthur não demore, o Luis está pesado para que eu carregue, já estou cansada de ficar com ele nos braços.
Arthur entrou no mato e Maria Rita continuou na estrada depois de algum tempo caminhando parou e chamou pelo seu marido.
- Arthur... Arthur ande logo.
Parada na estrada escutou um barulho no mato ficou aliviada pensando que era Arthur, mas desce o barrando uma criatura estranha com dentes enormes as orelhas cobrindo os olhos e seu quadril mas alto que sua parte dianteira, o monstro rosnava como um cachorro e ameaça ataques, e quando fazia isso suas orelhas deixavam seus olhos descobertos, eram vermelhos como brasa, Maria gritava por Arthur que não aparecia, Maria tentou correr mas a criatura a cercava sua única defesa contra os ataques do monstro foi o chalé que estava cobrindo o pequeno Luis, ela tentava afastar a criatura que com os dentes rasgava pedaços do chalé, Maria Rita percebeu que o monstro rodeava ela, tentava atacar do lado que o pequeno Luis estava.
O chalé estava já pela metade, já não tinha como afastar a criatura, Maria gritava pelo seu marido e em desespero com um dos pés chutou areia nos olhos da criatura, que se afastou e entrou no mato deixando-a, Maria começou a andar acelerada para chegar logo onde estavam todos, quando vê Arthur parado no meio da estrada.
- Arthur onde estava um monstro me atacou quase morri, ele queria matar nosso filho, o que aconteceu com você?
- Maria eu cai em uma vala e desmaiei, ouvi você gritar, mas não consegui chegar à estrada fiquei perdido no mato.
Arthur queria pegar o pequeno Luis nos braços, mas Maria não o deixou estava suado e ela continuou a caminhar ate chegar ao baile.
Chegaram a barraca, ela estava pálida e todos logo vieram saber o que tinha acontecido, alguém chamou Arthur para se lavar ele estava sujo e suado, o sanfoneiro parou a musica e acenderam mais lampiões para clarear a barraca, alguns homens pegaram suas armas e lampiões saíram para fora.
Quando Arthur volta Maria Rita esta sentada e o pequeno Luis esta nos braços de sua irmã Inês, ele se aproxima dela e sorri, Maria pega o que sobrou do chalé.
- Arthur! Era você o monstro que me atacou, olha seus dentes estão cheio de linhas do meu chalé.
Arthur para e todos ficam olhando para ele, quando alguém grita para segura-lo
o jovem sai correndo por uma das portas, os homens que estão lá fora atiram e Arthur entra no mato, e nunca mais apareceu na região.