UM ASSASSINATO E A JUSTIÇA DIVINA
UM ASSASSINATO E A JUSTIÇA DIVINA
Da janela do sobrado paroquial o padre presenciou um elemento apunhalando pelas costas seu rival. Evadindo-se rapidamente deixou a faca do crime enfiada na vitima, que agonizando gritava por socorro. Logo um transeunte que passava tentou socorrer retirando a faca. Não resistindo o elemento faleceu. No momento chega uma guarnição policial e lhe deu voz de prisão. Ele tentou de todas as formas justificando seu gesto solidário á vitima. Mas seus argumentos foram inválidos. Fora pego com a arma do crime na não.
Da janela, sem ser visto, único expectador, o padre não se manifestou. Questionando sua fé, inspirado em sua condição humana aguardou os acontecimentos. Quis testar a providência Divina. O elemento foi julgado e condenado à pena máxima na prisão.
O padre continuou sua obrigação na Igreja, mas desmotivado passou a se comportar de forma diferente. Participava ativamente de todas as festas e bailes que eram promovidos na pequena cidade.
Elegante e de aparência convidativa era disputado pelas dançarinas mais granfinas e exigentes. Tornou-se um verdadeiro pé de valsa.
Certa tarde após à hora de Angelos, se preparava para uma grande festa, nos arredores da cidade, quando chegou um cavaleiro em sua montaria e conduzindo outra. Apressado abordou o padre pedindo-lhe a levar unção ao seu pai no leito de morte. – Mas há esta hora... E a cavalo? – Sim esta hora e a cavalo! Sem mais palavras o padre apanhou seus aparamentos, tomou a montaria e seguiu o paroquiano, até então nunca visto por ele.
Logo que deixaram as ultimas casas do perímetro urbano o padre sugeriu a apressarem os passos dos animais, pois teria que voltar a tempo de um compromisso num baile de gala que seria realizado. Seu fiel logo argumentou: - o senhor um padre! Participando de um baile deste gabarito não é um pouco inadequado? –Se e a justiça Divina não fosse falha talvez fosse! Mas ainda estou em boas condições físicas devo curtir a vida enquanto há tempo! – Gostaria que me desse uma razão para que eu aceite seu argumento! Assim inquiriu o companheiro. O padre o explicou a respeito do assassinato e concluiu que diante à condenação do acusado ele não acreditava na justiça do criador. Cumpria com o seu dever, mas curtir a vida era com ele.
Transitavam numa estrada ao sopé de uma pequena colina. O estranho sugeriu acompanhá-lo por uma trilha. Adentraram na mata andaram um pouco, parando numa pequena clareira, onde a luz do luar que penetrava por entre as arvores, mostrava claramente um sinal de sepultura. O estranho lhe disse: - Veja este sinal... Aqui está enterrado uma vitima daquele assassino que diz estar preso injustamente, um crime que jamais seria desvendado senão pela providência Divina. Aquele assassino que tu viste fugir também será punido, pagará de outra forma!
No dia seguinte, mobilizada, a policia exumou os restos mortais, descobrindo ser de um homem desaparecido há muitos anos na cidade.
O padre convencido se converteu tornando-se um dos maiores pregadores da justiça Divina.