Na fila da comunhão.

Éra cidadão muito conhecido na pequena Alvorada. Ia todos os dia a missa. As dezenove horas em ponto lá estava ele grudado na corda do campanário a badalar o sino pela ultima vêz, avisando aos fiéis que o padre já estava a caminho do altar para dar inicio a mais uma noite de oração

Sujeito de fala meio estranha, as vezes cantava ao invés de falar, bom pescador, e mentiroso de primeira grandeza, tinha ganho vários concursos de mentira nas festas da padroeira, de quem éra devoto fervoroso,... é irmão, dizia ele, a santa faz milagre, basta creditá néla e pronto..!tá feito o arvoroço. Dia desses, continou, fui pescá lá na curva do rio grande e guando joguei a linhada com as minhoca enrrolada no anzó, senti uma puxada tão forte que quase caí do barco, foi uma luta com o danado. Fiquei firme e não sortei , éra o danado ou eu..., o tempo foi passando e nada daquele bicho se cansá, num vô larga ele agora , pensei , memo que chegue a hora da missa, seu padre vai intendê minha situação assim que eu contá pra ele. Mais a noite chegou, éra tempo das noite grande e o sol se foi bem cedo, e eu alí a lutar com o bicho que não tinha mostrado a cara ainda. Num instálo mi lembrei da santa, e o bicho sartô prá dentro do barco prontinho prá í prá panela, eu gritei... me valha minha santinha do perpétuo socorro, mi valha, foi uma féstança...

Valdir Moura
Enviado por Valdir Moura em 23/02/2010
Código do texto: T2103550
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