TIRO DE SAL.

Diz que ainda tem algumas arvores, nunca mais voltei... Os pinheiros a gente vê de longe.

Em 1956 a 58 já era centenária, semi- abandonada, mas ainda tinha muitas arvores de frutas; a CHACARA DA MARA... Ficava na beira do mato onde tinha muito ARAÇÁ... A gurizada ia muito lá por causa dos araçás e claro que andavam na chácara...

Um novo “cuidador” da tal chácara e andou na venda e na estação dizendo e repetindo... Guri que entrar lá leva TIRO DE SAL... Ora até o diabo respeita guri...

Na primeira tentativa recuaram com receio e medo...

Estudaram o terreno, fizeram planos, combinaram senhas e sinais... Agachado... Rasteja... Avança um por um... A invasão deu certo; comeram bergamotas, encheram os sacos com laranjas e bergamotas... Retirada; agachados entre as arvores, silencio total, respiração presa... Na ponta de um galho a grande bergamota e o CICA, (era sempre ele), levanta gritando: - É MINHA... Late cachorro... O grito... Primeiro tiro... Segundo tiro... Sumiram no meio do mato.

Planejavam outro ataque; trocou o “cuidador” e este andou na venda e na estação e avisou; podem entrar lá e comer fruta a vontade, só não quebrem galhos... Perdeu o sabor...

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