Paraíso perdido
Uma história de vida de um homem humilde chamado C.Blech.
O pai do personagem trabalhara por vinte e poucos anos na agricultura de subsistência, e, sempre bebera...muito.
Viúvo, no final da breve vida, deu um "conselho" ao filho único.
- se quiser beber, beba, jamais fique sóbrio pois a ressaca é mais terrível que a morte.
Quase só, C.Blech sobrevivia com a avó n'uma vila da periferia da cidade.
Não trabalhava, começara a trilhar o caminho do pai e já aos 12 anos bebia muito, seguira o trágico "conselho".
A minguada aposentadoria da velhinha sustentava a casa e o vício do neto.
Conheci este solitário cidadão num boteco, ele tinha 19 anos, éramos praticamente da mesma idade.
Meu sogro tinha um armazém de secos e molhados na época.
O C.Blech era seu cliente diário... dos "molhados"...
Só falava o necessário:
- mais uma pinga, por favor !
- Um pacotinho de fumo !
Um pinguço de classe, não importunava ninguém, só respondia em breves murmúrios às perguntas, era honesto, calmo e educado.
Extremamente só e pensativo !
Quando retornava no fim da tarde à casa da avó, cambaleava com sutileza, sem perder a classe.
Creio que avó e neto eram felizes.
Na pobreza cada um aceitara os defeitos do outro e a vida simples que a vida lhes impusera.
Mas não há estória sem final...
Uma ONG (algumas destas malditas) convenceu o rapaz a trabalhar.
Nada sabiam sobre o pobre coitado.
Colocaram-no n'um setor de lustração de uma fábrica, sem exame pré-admissional .
Ao cabo de três meses C. Blech faleceu.
Os efeitos tóxicos do verniz e produtos químicos, ceifaram a frágil vida.
Tinha apenas 31 anos.
Sua avó ficou inconsolável.
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A bela interação de minha querida amiga, a poetisa Meriam Lazaro a qual agradeço de coração:
Emocionante, caro Maurélio...
Aos C.BLECHS:
De cheiros
Pintou perfumes,
Tal qual o rio onde nasceu
Peixe em verde cardume,
Farol ao mar se acendeu.
Da infância, o negro negrume,
Menino desfaleceu...
Mas eis que do céu infame
Em fragrância renasceu.
Um dia, da rosa o lume,
Entre as estrelas nasceu.
Vale o comentário em versos para o seu conhecido e ao personagem da obra incomparáveL: "Perfume".
Publiquei hoje os versinhos que fiz para você e Celina com muito carinho.
Abraço, Meriam
Aos C.BLECHS:
De cheiros
Pintou perfumes,
Tal qual o rio onde nasceu
Peixe em verde cardume,
Farol ao mar se acendeu.
Da infância, o negro negrume,
Menino desfaleceu...
Mas eis que do céu infame
Em fragrância renasceu.
Um dia, da rosa o lume,
Entre as estrelas nasceu.
Vale o comentário em versos para o seu conhecido e ao personagem da obra incomparáveL: "Perfume".
Publiquei hoje os versinhos que fiz para você e Celina com muito carinho.
Abraço, Meriam