Esquecida ao Extremo

ESQUECIDA AO EXTREMO

O filho de Larene estava as vésperas de viajar. Larene não sabia quando o veria novamente. Ele partiria para a Holanda, muito longe.

Larene estava ansiosa, as poucas horas precedidas da partida eram angustiantes, ainda faltavam alguns detalhes, coisas a incluir na bagagem.

O filho sempre foi um apreciador de sua lasanha, pediu para a mãe preparar no horário do almoço. Ela deveria comprar a matéria prima, no mercado.

Ela entrou no mercado com a chave e o dinheiro em uma das mãos, o celular embaixo do sovaco. Era necessário uma das mãos permanecer livre, para escolher, mexer nas coisas do mercado.

Larene dirigiu-se ate a seção de carnes, pensou em substituir a lasanha por carne do sol, analisou uns três pacotes, mas nada adquiriu.

Passou para a seção de verduras, analisou um item, depois outro, também nada adquiriu.

Dirigiu-se para a seção de frios, analisou alguns pacotinhos, de queijo e de presunto, mas tudo estava alem do preço ideal, o dinheiro não seria suficiente.

Finalmente, seguiu para a seção de congelados, olhou, analisou, calculou e finalmente decidiu: adquirir duas lasanhas prontas, a promoção compensava.

Não havia tempo a perder, Larene escolheu um caixa para pagar os produtos. Neste momento, sentindo concluído o compromisso, Larene olhou para suas mãos, percebeu a falta do celular. Nas mãos so estavam as chaves, o dinheiro e as lasanhas. Desesperou-se rapidamente. Assustada, falou sozinha na fila:

- Ai meu Deus, perdi meu celular.

Ficou louca a Larene, pois havia comprado o celular no dia anterior, com serviço de conta. E agora, como faria para trabalhar ? Ela dependia do celular para suas atividades profissionais. Pensou mil coisas, entre elas, o que a vendedora do celular pensaria? Seu marido criticaria ela por uma semana !!!!E o dinheiro do celular? Como faria para pagar outro? Quem seria honesto naquele lugar a ponto de devolver o seu celular? E agora, e agora?

Muitas outras coisas ela pensou, então iniciou a sua peregrinação por todos os cantos que passou pelo mercado, quase correndo.

Foi nas verduras, remexeu tudo, foi nos frios, na seção de carnes, na seção de congelados, virou de um lado, foi para outro. Coitadinha da Larene, estava muito desesperada, começou a chorar. Ela começou a falar sozinha:

- Era só isto que me faltava, somente isto mesmo ! Que coisa! Que (m)!

Passados alguns minutos de desespero total, Larene acalmou-se.. Seguiu para a saída, visualizou um lugar para deixar as mercadorias. Não queria levar mais nada, o filho que viajasse sem as lasanhas.

No momento que ia largar os pacotes, em um movimento com os braços, ligeiramente entreabertos, levemente alongados, sentiu algo ao ponto de cair. Adivinhem! Ela lembrou do celular no sovaco! Ela então falou sozinha:

- Meu celular! Que alegria! Ainda bem meu Deus !

O pobre coitado estava suado, desligado.

rs

Marina Gentile
Enviado por Marina Gentile em 31/01/2010
Reeditado em 10/04/2010
Código do texto: T2061152
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