O PEÃO PESCADOR COM SEU PEIXE CAVALO
O PEÃO PESCADOR COM SEU PEIXE CAVALO
Em tempos passados quando só usavam ferramentas rudimentares e primitivas, e o meio de transporte limitava ao lombo do cavalo. Em sua maioria, um lavrador não possuía além do trio de ferramentas, indispensáveis, machado, enxada, e foice.
Nas épocas de cultivar a terra, do plantio à colheita pernoitava-se nas lavouras. As margens do Velho Chico onde o solo é mais fértil, todo meeiro tinha lá seu rancho. Era comum deixarem seu anzol na espera, na expectativa de apanhar algum pintado ajudando assim a enriquecer o cardápio alimentar. Divino Neca um preto muito divertido e brincalhão, e que de vez em quando enchia a cara com algumas! Fora contratado para ajudar nos tratos culturais em certa roça de milho. Muito caprichoso era também bom cozinheiro. Sua tarefa principal era cozinhar, ajudando a carpir nos intervalas. Armava seu anzol à tardinha, conferindo dia seguinte no horário do almoço, enquanto seus colegas faziam suas refeições. Eis que certo dia preparou o almoço deu o costumeiro toque na buzina de caçador, usado como sinal convidando a turma para a refeição. Dirige ao rio para conferir seu anzol. O grupo dirigiu-se ao rancho fizeram à refeição na expectativa que ele voltaria logo. Sem muitas preocupações voltaram paro eito. Como ele não apareceu, passou-se o tempo chegou o horário do jantar. Alguém manifestou preocupação. Dirigindo ao rancho estava tudo como deixaram. Preocupados estavam mobilizando para dar uma busca pelos arredores. Quando ele surge sem chapéu sujo de barro, com sua calvice cheia de arranhões.
Aliviados perguntaram-no - que aconteceu Divino? –Um danado dum peixe!-Há há conta outra esta não dá! –Vocês não acreditam é verdade um peixe do tamanho de um cavalo! Fui tirar fora do rio à vara partiu, peguei a ponta da corda enrolei no braço, falei agora quero vê se ocê sai ô num sai bicho! Mais que nada, o bicho era forte mesmo, me arrastou pra dentro dágua enrrolou em mim, eu passei pra cima dele, fervemos rio abaixo passando por tudo que era latadas de espinho e cipó. Mas num larguei mão do bicho de jeito nenhum. Valeu-me minha latinha de rapé lembrei dela destampei despejei metade num buraco daqueles que tem na cabeça metade no outro. Deu uma espirradeira no bicho. Ele começou amolecer. Essa altura a gente pertinho da venda do Apolinário no porto onde o povo atravessa a gente pra lá pracá naquele canoão amarrado de cabo de aço. Como eu já tinha dominado o bicho. Falei pra ele ai conheceu papudo! Desci dele amarrei num pau de ingá, e voltei pra cá. Pô mais é longe pra caramba!
-Vai tomar um banho e curar esse porre, tem muito serviço pra gente!
Onde foi que você bebeu? –Num bebi não, tô tonto é de tanto que o peixe andou em roda comigo. Preocupe não, amanhã amanheço bão pra trabalhar!