Prudência e caldo de galinha não faz mal a ningém
=Prudência e caldo de galinha não faz mal a ningém =
“Era uma vez um senhor que tinha como obrigação levar o leite da fazenda onde trabalhava para a fábrica de laticínios da cidade.
Todas as manhãs, arreava o seu cavalo, pendurava as latas de leite, uma de cada lado, subia em sua montaria e, cantarolando, partia feliz rumo à cidade. Subia e descia ladeiras, sem nunca se preocupar com as adversidades do dia a dia. Num determinado ponto da estrada, nosso amiguinho era obrigado a passar por debaixo de uma grande árvore. No entanto, havia um galho pontiagudo que ameaçava ferir-lhe o rosto sempre que chegava à àquele local.
Seu Prudêncio, como era conhecido este nosso personagem, tinha por costume, ao chegar naquele ponto, abaixar-se e com uma bela gargalhada, dizia:
_ Este pau ainda me fura o olho.
Nosso amigo se vangloriava ao vencer, a cada dia, aquela simples ponta de pau. Anos a fio, Prudêncio desafiou seu oponente que o ignorava cumprindo ali o seu único papel de galho.
Numa manhã chuvosa, as coisas atrasaram lá na fazenda. Prudêncio foi obrigado a agilizar os seus afazeres. Preocupado com o pouco tempo que lhe havia restado para chegar à cidade, saiu apressadamente. Quando chegou debaixo da tal árvore, esqueceu por completo de seu fantasioso oponente diário. Foi seu erro fatal.
Seu olho foi de encontro àquele galho, que o furou impiedosamente. Prudêncio não sorriu desta vez, mas teceu o já previsto comentário:
_Eu não falei que um dia este pau furaria meu olho?”
Meus amigos, quantas vezes enxergamos o perigo a nossa frente e não somos capaz de cortar o galho. Pagamos, preço alto, pela nosso comodismo.
Tonho Tavares
tonhotav@yahoo.com.br