A LAMPIDA.
A LAMPIDA.
(Zésouza)
Foi em mil novecentos e trinta e poucos...Mês de maio, tempo de "marcação"; trabalho que rima com diversão...Junta o gado, para o rodeio, aparta, ataca, corre, troteia, laça, peala ( laçar pelas patas dianteiras e derrubar), capa...Um gole de canha, ovo de toro assado na brasa... O cavalo rodou e ele caiu junto; quebrou a perna em três lugares...Bota na carroça, leva pra estação, bota no Trem da Uma...Levaram pra Santa Casa em PELOTAS.
Barriga pra cima, perna engessada e pendurada...O irmão mais velho cuidando...Anoitecendo o enfermeiro entrou no quarto e acendeu a lampada.
Naquela época luz elétrica era artigo difícil; só nas cidades...No Capão Seco era vela de sebo; lampião de "carozene" era luxo.
E a lampada pendente do forro, fio grosso...Os dois querendo dormir,mas não conseguiam devido a claridade:
- Apaga a lampida...
- Eu? Nem sei mexer nesse troço...
Apaga, não apaga, como é que apaga?...Pensou, pensou e resolveu: ENFIOU UMA BOTA NA LAMPADA.
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