Estranho Perfume!
Roberto Mateus Pereira
Em meados dos anos 60, época em que fazia parte da grade curricular das escolas estaduais as disciplinas de Francês e Latim, muitos alunos tinham dificuldades para assimilar aquelas palavras até então estranhas para eles, de maneira que quem acabava “pagando o pato” eram os professores que, simplesmente, seguiam “na ponta do lápis” o que estava previsto no currículo escolar.
Quem daquela época não se recorda do dedicado, mas exigente professor Alair Silva Spínola, que fazia o possível e o impossível para “enfiar” em algumas “cabeças duras” um pouco do latim de que ele tanto gostava ou do espantoso “barbarite” que ele pronunciava, quando alguém “conseguia” errar o vocabulário ou escrever errado?
Pois é, a imagem do velho mestre Alair, já falecido, ainda permanece viva no coração de seus ex-alunos e até mesmo de colegas de magistério. Ele nos traz boas e divertidas recordações.
Recentemente, num bate-papo descontraído com um amigo de infância, retrocedemos no tempo e relembramos uma das muitas façanhas que o “Manoelzinho Roça”, também falecido, costumava fazer – e a saudade da nossa adolescência bateu forte.
Certa vez o Mané, aliado a um grupo de “inocentes amigos”, resolveu aprontar com o Professor Alair, após ter “levado pau” na “sabatina” de Latim. Como o velho mestre possuía um automóvel preto, imponente, os garotos compraram um quilo de sardinha fresca, arrancaram as calotas niqueladas do carro e as distribuíram entre as rodas, retornando as calotas em seguida aos seus lugares.
O calor durante o dia foi muito grande e, à noitinha, o professor deixou estacionado seu automóvel defronte a igreja, sendo que um “ventinho malandro” espalhava no ar “aquele” cheirinho que, aos poucos, foi incomodando os presentes.
– De onde vinha aquele cheiro horrível?
A verdade era que ninguém prestava mais atenção no que estava acontecendo no interior da igreja, com os fiéis se entreolhando, desconfiados, até que uma criança chegou para sua mãe e disse:
– Mamãe, tem um carro preto “fedido” aí na frente da igreja, com um montão de gato rodeando ele. Até o nosso Mimi está lá.
Daí pra frente foi correria, com muitos curiosos se aproximando do carro, desafiando aquele “estranho perfume” e procurando descobrir a sua origem, já que os gatos forneciam toda a pista.
Roberto Mateus Pereira
Em meados dos anos 60, época em que fazia parte da grade curricular das escolas estaduais as disciplinas de Francês e Latim, muitos alunos tinham dificuldades para assimilar aquelas palavras até então estranhas para eles, de maneira que quem acabava “pagando o pato” eram os professores que, simplesmente, seguiam “na ponta do lápis” o que estava previsto no currículo escolar.
Quem daquela época não se recorda do dedicado, mas exigente professor Alair Silva Spínola, que fazia o possível e o impossível para “enfiar” em algumas “cabeças duras” um pouco do latim de que ele tanto gostava ou do espantoso “barbarite” que ele pronunciava, quando alguém “conseguia” errar o vocabulário ou escrever errado?
Pois é, a imagem do velho mestre Alair, já falecido, ainda permanece viva no coração de seus ex-alunos e até mesmo de colegas de magistério. Ele nos traz boas e divertidas recordações.
Recentemente, num bate-papo descontraído com um amigo de infância, retrocedemos no tempo e relembramos uma das muitas façanhas que o “Manoelzinho Roça”, também falecido, costumava fazer – e a saudade da nossa adolescência bateu forte.
Certa vez o Mané, aliado a um grupo de “inocentes amigos”, resolveu aprontar com o Professor Alair, após ter “levado pau” na “sabatina” de Latim. Como o velho mestre possuía um automóvel preto, imponente, os garotos compraram um quilo de sardinha fresca, arrancaram as calotas niqueladas do carro e as distribuíram entre as rodas, retornando as calotas em seguida aos seus lugares.
O calor durante o dia foi muito grande e, à noitinha, o professor deixou estacionado seu automóvel defronte a igreja, sendo que um “ventinho malandro” espalhava no ar “aquele” cheirinho que, aos poucos, foi incomodando os presentes.
– De onde vinha aquele cheiro horrível?
A verdade era que ninguém prestava mais atenção no que estava acontecendo no interior da igreja, com os fiéis se entreolhando, desconfiados, até que uma criança chegou para sua mãe e disse:
– Mamãe, tem um carro preto “fedido” aí na frente da igreja, com um montão de gato rodeando ele. Até o nosso Mimi está lá.
Daí pra frente foi correria, com muitos curiosos se aproximando do carro, desafiando aquele “estranho perfume” e procurando descobrir a sua origem, já que os gatos forneciam toda a pista.