ESTÓRIAS DE PESCADOR

ESTÓRIA DE PESCADOR

Geralmente ninguém acredita nas estórias de pescadores, mas nem todos são tão mentirosos conforme determina essa tradição. Aqui por exemplo tem uma serie de barranqueiros residindo às margens do velho Chico. Chamam de ranchos, moradias construídas como área de lazer, mas na verdade, são casas sofisticadas com T.V. antenas parabólicas etc. e tal. Esta é a primeira verdade dos atuais barraqueiros do velho Chico, o pobre rio que sofre com esta terrível situação. Suas arvores centenárias cederam o lugar ao cimento armado. Aonde os pássaros e animal silvestre um dia, foram seareiros da natureza replantando as matas ciliares, hoje é um amarfanhado de fios das redes elétricas. Não falando naqueles, que possui uma consciência zero e deixa o lixo a disposição para ser abocanhado pelo rio.

No passado havia realmente os ranchos, construídos com o que natureza oferecia, seus ocupantes produziam um lixo saudável e útil ao meio ambiente, transformado em matéria orgânica fertilizando a terra.

Outro fator são as grandes áreas cultivadas, com suas lavouras sem nenhum tipo resíduo químicos, não ofereciam risco algum ao ser humano e os animais. Atualmente é um verdadeiro caos, não se planta mais nada sem antes projetar uma formula química, para aplicar nas áreas cultivadas. E o pobre rio vai engolindo tudo que sobra, destes venenos nocivos a sua biodiversidade. Dos ranchos a beira chã, só ficou as lembranças, que em pouco tempo serão sepultadas com os seus últimos saudosistas contemporâneos. Contadores das aventuras, ocorridas às margens do velho Chico. Verdades de pescadores, como o saudoso Nezinho Luzia, com a estória do peixe gigante que gastou um trator de esteira e uma retro-escavadeira para capturá-lo.

Contava ele que, lá na barra dos patos tinha um peixe misterioso. Desde o tempo de seu bisavô tentavam pegar o peixe. Fisgavam o danado, mas tirá-lo do rio ninguém conseguia. Até com juntas de bois já havia tentado tirá-lo, mas nada deu certo. Quando surgiu as maquinas pesadas de desmatar, um operador que trabalhava nas imediações, tomou conhecimento do famoso peixe, e decide que iria capturá-lo. Mandou fabricar um anzol apropriado o iscou com um porco, e o deixou na espera. No dia seguinte a corrente de aço que servia de corda amanheceu esticada com o bruto fisgado. Ele, o operador, amarrou a maquina nela e começou a puxar, meia hora de luta e nada, entortou o rio e o gigante não saiu. Quando o patrão chegou. E viu aquela bruta curva no rio, disse ao empregado: - como você é imbecil, vá buscar a retro faça uma cava disfarçada no barranco assim poderá tirá-lo. Obedecendo ao patrão, o operador de imediato construiu a cava, amarraram as duas maquina, e tiraram o monstro. Sua espécie ninguém consegiu identificar. Sua mandíbula com mais de duzentos anzóis espetados. Lá bem no cantinho da boca tinha um de um material esquisito pra danar, escrito nele em hebraico, Adão oferece a sua amada Eva.

O Nezinho disse ter certeza que este foi o adão que deu de presente pra Eva, mas eu tenho minhas duvidas.

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 09/01/2010
Reeditado em 09/01/2010
Código do texto: T2019740
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