ANJOS DO MATO

ANJOS DO MATO

Existem pessoas que nasceram para ser feliz, independente de qualquer adversidade que venha afetar sua vida. São dotados de paz e felicidade, vive em perfeita harmonia consigo mesmo. E não há nada no mundo que os tirem do sério.

Assim foi Anibal Justino, um lavrador que não tinha nada, além do dia e noite a seu favor, mas parecia um anjo, estampando no rosto um sorriso constante da mais pura felicidade. Feio ao extremo, olhos rasos e puxados, retos na flor da pele. Orelhas grandes e abertas do tipo de abanar fogo. Logo que nasceu ganhou o apelido de macaco. Nunca esboçou reação com seu apelido.

Trabalhava como porqueiro para um fazendeiro. Praticamente fora criado na fazenda. Após o falecimento do patrão, passou a prestar o mesmo trabalho, para um de seus filhos. Considerado como membro da família, era tratado com todo carinho por todos. Desapegado aos bens materiais nunca deu bola para o dinheiro. O patrão administrava seu salário. Pra ele, tivesse fumo roupa e alimento, estava de bom tamanho. Envelheceu na fazenda. Quando criaram o beneficio de aposentadoria ao homem do campo, avisado pelo patrão do seu direito a aposentadoria, ele recusou. Dizendo que não era necessário deixasse a outros mais necessitados. Em fim com certo trabalho o patrão o convenceu a se aposentar. Na época era apenas meio salário. O primeiro pagamento, conduzido pelo patrão ele recebeu o beneficio de alguns meses acumulados, e um carnê para seis meses seguintes. Voltaram para a fazenda e seguiram sua rotina. No mês seguinte o patrão lembrou recebimento. Mandou que ele se preparasse iriam à cidade para que ele recebesse seu beneficio. Preparados o patrão pediu-lhe os documentos para conferir. Faltava o carnê; - onde está o carnê Aníbal?- Que carnê? – Aquele bloquinho com seis folhas, parecidos folhas de cheque! – Há aquele... Eu o pitei! – Não credito você fumou seu carnê? –Pitei sim nunca vi falar numa fazenda que não tem palha de milho, a culpa é sua essa mania de guardar só milho debulhado!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 06/01/2010
Código do texto: T2014024
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.