RESPEITO AOS VELHINHOS

RESPEITO AOS VELHINHOS

Recordo com saudade como era nossa casa no meu tempo de criança, parecia um abrigo de idosos. Meus pais tratando com o maior carinho às idosas que permaneciam por lá pernoitando por várias semanas. Algumas ajudando nos serviços domésticos. Outras preparando linhas de algodão enovelando fazendo meadas, colocando-as em ponto de tingir. Às vezes remendando roupas, rasgando retalhos as tiras para as tradicionais cobertas de molambos, que eram tecidas misturadas às linhas do algodão.

Nossa casa, pequena sem muito conforto, meus irmãos e eu, uma manada de crianças, e ainda assim quando as velhinhas arrumavam suas malinhas para irem embora a gente sentia pesar, a casa parecia vazia. Mas saia uma chegava outra.

Há poucos dias, conversando com um de meus irmãos a esse respeito. Nós concluímos que aquela situação que ocorria era simplesmente pela falta de recursos daquelas pobres e desamparadas, que sem recursos em suas casas apelavam por esta alternativa. Atualmente ao recordar estas passagens sinto uma pontinha de orgulho, e agradeço a Deus por ser eu, filho de um casal tão generoso. Hoje maduro já com minhas limitações reduzidas, fico imaginando nos idosos do passado, sem nenhuma cobertura previdenciária, obrigada a trabalhar sem forças, contando apenas com a caridade alheia. Cujos recursos também eram mínimos. Mesmo os elementos com maior poder aquisitivo viviam sem muito conforto. Imaginem estes pobres coitados.

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 30/12/2009
Código do texto: T2003331
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