BARANGO DE BRASÍLIA

Como nos últimos dias do ano o movimento da Pousada cai, resolvo aquieceder a um gordo fantasiado com quimono de atleta de JIU-JITSU com o emblema da Federação Mineira de Jiu-jitsu.

Com seus 120 quilos no “olhodromo” barba semi-serrada ala bandido mexicano, mas bom de conversa as pampas.

- Sabe eu sou Atleta da UNIP é ela que vai pagar a minha estadia por seis meses.

Como eu estou construindo achei uma boa à entrada na promessa dessa entrada “extra”.

- Deixa eu ler o seu contrato...O que fiz e ele foi logo preenchendo e assinando.

- A Unip vai depositar em sua conta o dinheiro até Terça-feira...

Desconfiei da proposta, mas ele desconversou...reforçando com outra mentira.

- Além da faculdade a minha mãe é Juiz Federal e a terça ela vai chegar aqui, se a Unip não lhe pagar a minha mãe que é juíza paga...

Como o calote seria pequeno aceitei...

No ínterim desse dias ele fez amizades com outros hospedes.

Convencera a todos de sua situação e em uma nossa conversa travamos o seguinte dialogo:

- Sou de Brasília...

- Ah então você é um Candango?

- Candango não eles foram os nordestinos que construíram a cidade, nós que nascemos lá somos Brasilienses...

Como a merda ia feder do mesmo jeito não dei bola.

Ele mostrava entendido em informática falando que tinha quatro distribuidoras de componentes na área. Nessa mentira eu não caí, pois ele insistia em melhorar o meu computador. Colocar também uma rede de câmaras nele, cada câmara custaria instalada em torno de dezesseis reais. Antevendo o golpe eu concordei em fazer tudo, só que eu usaria para isso o dinheiro do pagamento de suas mensalidades antecipadas pela UNIP.

NÃO falou nada, mas seu semblante esbranquiçou...

Com três mentiras cadastradas no seu curriculum fiquei aguardando a última e decisiva mentira...

Na terça-feira dia do pagamento da antecipação ele desaparecera e só foi encontrada na quarta-feira:

- Seu carro, não chegou? E cadê a sua mãe?...

- Ela chegou com enxaqueca danada e ainda está repousando no IBES o hotel ali da Praça do Ratinho, basta ela levantar que eu ainda hoje trago o seu cheque, ou até mesmo em espécie.

Esperei até a noite da quarta-feira quando ele chegou às 22,30 horas e foi avisado pelo clube de LEG-TOPES reunidos na cozinha aonde o sinal Wirelles chega mais forte, que eu o estava procurando.

Bateu na porta do meu quarto cheio de justificativas:

- A minha mãe vem trazer o dinheiro amanhã de manhã...

- Olha eu sei que não existe atleta da UNIP, não existe dinheiro, nem mamãe...Portanto eu quero que você me entregue a suíte na sexta de manhã...

Antes de eu acordar ele se escafedeu ainda deixando a tampa do vaso sanitário quebrada, pois não suportara o seu peso de barango...Além de todas as mentiras o safado ainda roubou o leg-top de outro hospede...Que ladrão...

Goiânia, 28 de dezembro de 2009.