UM ESTRANGEIRO E O BARRIL DE POLVORA
UM ESTRANGEIRO E O BARRIL DE POLVÓRA
No tempo da colonização, um estrangeiro radicado no Brasil, se destacou no comercio como o maior e mais famoso, comprador de gado no do império brasileiro. Viagens penosas pelos sertões, a pé ou em lombo de burro, embrenhando pelas florestas.
Juntamente com seu filho primogênito, viajavam levando na bagagem o Ferro de marcar.
Desceram na estação ferroviária, com o sol a pino, e mais três léguas pela frente para vencer, a pé, até o destino. Onde efetuaria sua grande transação na compra de um volumoso rebanho. Fazia um calor de matar, a goiáca cheia de dinheiro, e mudas de roupa, a cada légua vencida mais pesada se tornava. Por várias vezes ele reclamava com seu sotaque de estrangeiro, atípico. – País miserável nem um chope para se refrescar, a gente encontra! O filho o repreendia, dizendo, - ora balas meu pai! Não vedes que estamos em plena floresta!
Eis de repente um barril de chope caído na estrada. Passara por lá um carro de boi vindo do reino transportando bens de consumo, num baque da estrada o barrilzinho caiu sem que o carreiro percebesse. Ao vê-lo o maguinata exclamou: sabes filho, o diabo nem é tão feio com se pitam! Nem este país é tão miseravel como imagino! Veja que estamos com sorte! Façamos um fogo esquentamos o rabo do ferro de marcar, fura o barril. Bebamos um pouco, arrolhamos o buraco, e na volta tomamos o resto. E assim foi feito, só não sabiam que o barril tinha sido reaproveitado pelo fazendeiro que o enchera de pólvora para seu consumo nas caçadas.
Ferro vermelho incandescente, e o barril rolando... O pai monta nele e segura com as duas mãos... Filho chucha o ferro e manda braza... Um estrondo violento, o extranja desapareceu, caindo alguns minutos após estribuchando. Pergunta-lhe o filho: - onde foi meu pai? – Não fui dusgraçado mu levaram!