A FISGA!
Aquela tarde de domingo estava preguiçosa e tudo devido à temperatura. A chuva fina que caía, fazendo o tempo se arrastar, prometia que aquele plantão policial seria tranquilo. Mas era muita “moleza” para ser verdade, principalmente quando chovia, porque, num tempo desses, a cachaça rolava solta nos bares da cidade, onde alguns bebiam para “espantar” o frio e outros bebiam por que eram “boca de litro”, mesmo.
De vez em quando, o telefone tocava, dando sinal de “vida”: ora era engano, ora era um amigo para saber como andava o “clima”, se havia novidades.
Enquanto isso, lá pelas “bandas” do São Mateus, um grupo de caçadores de final de semana, após entornarem alguns goles de cachaça, “amassavam barro” pelas margens do rio, à procura de alguma capivara perdida.
E assim o dia ia se arrastando, até que o telefone tocou avisando que havia uma ocorrência policial no Pronto Socorro: acontecera um acidente.
Papeleta na mão e boné na cabeça, lá foi o policial para o PS atender a sua primeira ocorrência do dia, quando o relógio marcava pouco mais de 15h e, pelo jeito, “a coisa” era séria.
Na sala de curativos estavam o médico e o Leandro (do Hospital), procurando serrar uma fisga que deveria ter uns quarenta centímetros de comprimento e estava atravessada no ombro da vítima (Pedrinho “Capivara”), que, anestesiado pela cachaça, pouca dor sentia e até esboçava alguma gracinha, indiferente de ter uma fisga presa há um “toco” de vara, transfixando seu ombro.
Não foi difícil localizar o causador de toda aquela confusão (Cardoso), e através dele, o policial se inteirou do ocorrido. Eles eram os “tais” caçadores de capivara e o acidente ocorrera quando Pedrinho “Capivara” mergulhou no rio para “ajeitar” a rede, enquanto “Cardoso” circulava pelas margens, à procura da caça. Quando ele viu a água borbulhar, mandou a fisga:
– Peguei! Peguei a bicha, gente... e é grande!
A surpresa foi enorme, porque, quando puxou a vara com mais de três metros de comprimento, viu o Pedrinho “Capivara” espetado na ponta.
Apavorados, colocaram Pedrinho “Capivara” dentro de uma perua Kombi velha e “zarparam” para o Pronto Socorro, sem se preocuparem de quebrar um pedaço da vara para locomovê-lo. Ela veio com mais da metade de fora do veículo, com a vítima suportando galhos e solavancos pelo caminho, porém o mais cômico foi a entrada deles no Pronto Socorro: três seguravam a vara e dois ajudavam a vítima se locomover.
A cena foi trágica, mas cômica!
Dos dois personagens, José Paixão, conhecido por “Cardoso”, já é falecido, enquanto o Pedrinho “Capivara” de Souza se perdeu na marginalidade e hoje é procurado pela Justiça.
Parece incrível, mas tudo isso aconteceu num domingo chuvoso de setembro de 1989.
Aquela tarde de domingo estava preguiçosa e tudo devido à temperatura. A chuva fina que caía, fazendo o tempo se arrastar, prometia que aquele plantão policial seria tranquilo. Mas era muita “moleza” para ser verdade, principalmente quando chovia, porque, num tempo desses, a cachaça rolava solta nos bares da cidade, onde alguns bebiam para “espantar” o frio e outros bebiam por que eram “boca de litro”, mesmo.
De vez em quando, o telefone tocava, dando sinal de “vida”: ora era engano, ora era um amigo para saber como andava o “clima”, se havia novidades.
Enquanto isso, lá pelas “bandas” do São Mateus, um grupo de caçadores de final de semana, após entornarem alguns goles de cachaça, “amassavam barro” pelas margens do rio, à procura de alguma capivara perdida.
E assim o dia ia se arrastando, até que o telefone tocou avisando que havia uma ocorrência policial no Pronto Socorro: acontecera um acidente.
Papeleta na mão e boné na cabeça, lá foi o policial para o PS atender a sua primeira ocorrência do dia, quando o relógio marcava pouco mais de 15h e, pelo jeito, “a coisa” era séria.
Na sala de curativos estavam o médico e o Leandro (do Hospital), procurando serrar uma fisga que deveria ter uns quarenta centímetros de comprimento e estava atravessada no ombro da vítima (Pedrinho “Capivara”), que, anestesiado pela cachaça, pouca dor sentia e até esboçava alguma gracinha, indiferente de ter uma fisga presa há um “toco” de vara, transfixando seu ombro.
Não foi difícil localizar o causador de toda aquela confusão (Cardoso), e através dele, o policial se inteirou do ocorrido. Eles eram os “tais” caçadores de capivara e o acidente ocorrera quando Pedrinho “Capivara” mergulhou no rio para “ajeitar” a rede, enquanto “Cardoso” circulava pelas margens, à procura da caça. Quando ele viu a água borbulhar, mandou a fisga:
– Peguei! Peguei a bicha, gente... e é grande!
A surpresa foi enorme, porque, quando puxou a vara com mais de três metros de comprimento, viu o Pedrinho “Capivara” espetado na ponta.
Apavorados, colocaram Pedrinho “Capivara” dentro de uma perua Kombi velha e “zarparam” para o Pronto Socorro, sem se preocuparem de quebrar um pedaço da vara para locomovê-lo. Ela veio com mais da metade de fora do veículo, com a vítima suportando galhos e solavancos pelo caminho, porém o mais cômico foi a entrada deles no Pronto Socorro: três seguravam a vara e dois ajudavam a vítima se locomover.
A cena foi trágica, mas cômica!
Dos dois personagens, José Paixão, conhecido por “Cardoso”, já é falecido, enquanto o Pedrinho “Capivara” de Souza se perdeu na marginalidade e hoje é procurado pela Justiça.
Parece incrível, mas tudo isso aconteceu num domingo chuvoso de setembro de 1989.