MARCAS NO PEITO
Na fazenda que eu nascí
Papai era um dos retireiros
Todo dia pela tardinha
Fechava os bezerros no mangueiro.
Eu era ainda bem pequeno
Achava tudu uma maravilha
Depois de tirar todo leite
Papai ia vacinar as novilhas.
Depois vinha com os bois de carro
E ia la carreando pro roçado
Eu ia como ponteiro chamando os bois
E via aqueles velhos bois jaá cansado.
Pra mim não existia coisa melhor
Mas um dia a tristeza chegou
O patrão vendeu a fazenda
E aquele lugar meu pai deixou.
Tivemos que deixar tudo
E em outra fazenda ir morar
Lá já era tudo diferente
Já não me acostumei com o lugar.
Tive que me separar de tudo
Com pouco tempo meu pai morreu
Tudo ali pareceu estranho demais
Resolvemos ir pra cidade
Minha mãezinha e eu.