O IDOSO E O AMARRA PERRENGUE

AMARRA PERRENGUE

Na adolescência e juventude trabalhando carpindo as roças de milho e outros cereais. Achava-me o máximo apertar a mão no trabalho, encurralando alguns idosos no eito das lavouras, cujas mãos calosas já haviam dado tudo de si na luta pela sobrevivência em defesa do pão de cada dia, para sustentar a si e a família.

Esnobando saúde, e força no trabalho, nós os jovens, da época criticávamos os mais idosos. Hoje amargo à lembrança pela injustiça cometida. E compreendo o porquê daqueles infelizes, que sem alternativa teriam que desdobrar na dureza daquele trabalho. Cortando as terríveis pragas que infestavam as lavouras, e nós mais novos os taxando de moleirões os empurrando, às partes mais espraguejadas com os capins amarra perrengue e marmelada.

Pobres idosos que sem nenhuma cobertura previdenciária trabalhavam de sol a sol por uns míseros trocados. Defendendo com dignidade o seu pão. Ao me lembrar deste capitulo da história, sinto vergonha, coloco-me no lugar daqueles injustiçados pela sorte. E peço-lhes perdão por minha ingenuidade.

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 18/12/2009
Reeditado em 19/12/2009
Código do texto: T1984669
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