O POUSO DO ESTRANHO OBJETO VOADOR

ESTRANHO OBJETO VOADOR

Em 1960 o Engenho do Ribeiro era um pequeno vilarejo de casas muito simples, com suas ruelas cortadas pelos carros de boi.

Um belo dia de tempo muito seco, muita poeira, com o sol a pino, as ruas quase desertas. Somente cachorros, e algumas crianças que brincavam.

De repente um barulho ensurdecedor quebrou a monotonia do povoado. Surgindo sabe-se lá de onde, um estranho objeto voador, arremessado contra a poeira na rua principal cobriu de pó o povoado. Quando a poeira baixou, homens, mulheres, crianças, gatos, cachorros, periquita, papagaio, estavam todos na rua, a procura do troço, que causou aquela barulheira.

Era um avião teco-teco que saiu de Goiânia, com destino a Dores do Indaiá. Desviado de sua rota, fez um pouso de emergência na rua principal, a fim de reabastecer com o combustível que conduzia de reserva, e buscar informação a respeito do roteiro a seguir.

Ocorreu um falecimento em Dores do Indaiá e um casal cuja mulher era filha do falecido, residentes na cidade de Goiânia, fretaram o avião. O piloto seguia a rota do Velho Chico, perdendo-se. Teve que improvisar o pouso. Na aterrizagem o aparelho sofreu uma pane na asa.

Dante Gouliet Ferry um francês morador no Engenho, mecânico das engenhocas da época, bancou o Santos Dumont remendado a aeronave.

A mulher em pânico recusou embarcar novamente. Após ela ser acalmada na farmácia local, o casal foi conduzido de carro ao destino. Por sorte, Jose Caboclo, um comerciante local, havia adquirido, recentemente uma caminhonete, único veículo existente no povoado.

Acostumados com o avião só nas alturas, os moradores deitaram e roloram, com o acontecimento. Por várias semanas estiveram empolgados com o espetáculo. Até então uma ocorrência inédita no vilarejo.

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 16/12/2009
Reeditado em 16/12/2009
Código do texto: T1980590
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