O CLIENTE
Como sempre fazia, o Dr. Humberto-- advogado e meu amigo-- foi logo avisando ao cliente:
-- Não defendo sequestrador nem estuprador. Em que posso lhe ajudar?
O senhor de seus 70 anos lhe contou constrangido:
-- Sou viúvo, conheci uma moça de 25 e fui morar com ela. Um mês depois comprei uma casa pra nós, o nosso ninho de amor, e botei no nome dela. Passaram quinze dias, me entrou pela porta adentro um cara que se dizia o marido, e era mesmo, e me botou no olho da rua. Alegou invasão de domicílio enquanto estava embarcado e ainda me deu uns cascudos.
-- O senhor botou a casa no nome dela?
-- Botei, doutor!
-- Esqueci de lhe avisar: também não defendo burro!