O CLIENTE

Como sempre fazia, o Dr. Humberto-- advogado e meu amigo-- foi logo avisando ao cliente:

-- Não defendo sequestrador nem estuprador. Em que posso lhe ajudar?

O senhor de seus 70 anos lhe contou constrangido:

-- Sou viúvo, conheci uma moça de 25 e fui morar com ela. Um mês depois comprei uma casa pra nós, o nosso ninho de amor, e botei no nome dela. Passaram quinze dias, me entrou pela porta adentro um cara que se dizia o marido, e era mesmo, e me botou no olho da rua. Alegou invasão de domicílio enquanto estava embarcado e ainda me deu uns cascudos.

-- O senhor botou a casa no nome dela?

-- Botei, doutor!

-- Esqueci de lhe avisar: também não defendo burro!

Elysio Lugarinho Netto
Enviado por Elysio Lugarinho Netto em 09/12/2009
Reeditado em 21/04/2010
Código do texto: T1969240
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