O zumbido do chumbinho!
Recentemente, estávamos jogando um pouco de conversa fora com o amigo Paulo Ambrósio e, bom de prosa, conhecedor de muitos causos e casos, enfiou-nos goela abaixo mais uma proeza do seu falecido pai, seu Pedro Ambrósio.
Creio que o leitor deve se recordar daquela famosa caçada em que o seu Pedro se envolveu, lá pelas bandas do “Panema”, de modo que já pode imaginar como são os causos envolvendo essa ilustre figura, que deixou marcas na história de Paraguaçu Paulista.
Lá pelos anos 40, o seu Pedro morava na zona rural, mais precisamente na Água das Antas e, em companhia da sua esposa, a saudosa Dona Pedrina, plantava arroz para o sustento da família.
Acontece que, naquela época tinha rolinha a “dá cum pau” e o seu Pedro vivia reclamando para sua companheira, pois semeava o arroz e lá vinham as danadas das rolinhas fazerem a festa no terreiro.
– Eu lhe garanto, Pedrina, que um dia eu ponho um fim nessas rolinhas e aí meu arroz vai crescer bonito e viçoso.
Com isso, o seu Pedro ia tocando a sua lavoura, mas sempre com prejuízo no plantio do arroz. Certo dia, perdeu a paciência, levantou cedinho, arriou a mula e foi pra cidade, com seu quase 1,90 metro, equilibrando-se no dorso do vigoroso animal.
– Seu Zé, me arranje uma cartucheira de “boca larga”, um “bocado” de chumbinho e pólvora.
– Pelo jeito o senhor está querendo fazer uma caçada das boas – disse o dono da venda.
– Pois vou mesmo. Hoje, a Pedrina vai fazer uma panelada de rolinha e o senhor está convidado.
Sem medo de ser feliz, o seu Pedro retornou para casa, trazendo como bagagem a solução dos seus problemas e passando algumas horas preparando a cartucheira.
– Pedrina, apanha o balaio e vamos lá pro arrozal acabar com aquelas danadas.
Munido de cartucheira, balaio, sementes de arroz, o casal botou o pé na estrada e, após esperar algum tempo, eles viram dezenas de rolinhas, criadas à base de arroz, chegando e dividindo o espaço para o jantar.
Paciencioso, seu Pedro se levantou do local onde se escondera e, apontando a arma naquele monte de rolinhas, apertou o gatilho, girando a cartucheira.
Foi só pena que voou e ambos foram colhendo as rolinhas abatidas pelo chão, até que dona Pedrina disse:
– Pedro, eu estou ouvindo um barulho estranho ao meu redor, como se fosse um zumbido: zuummm. zuummm, zuummm! O que será isso?
– Fica tranquila, mulher, que é zumbido de chumbinho caçando rolinha.
Sem comentários!!!
Recentemente, estávamos jogando um pouco de conversa fora com o amigo Paulo Ambrósio e, bom de prosa, conhecedor de muitos causos e casos, enfiou-nos goela abaixo mais uma proeza do seu falecido pai, seu Pedro Ambrósio.
Creio que o leitor deve se recordar daquela famosa caçada em que o seu Pedro se envolveu, lá pelas bandas do “Panema”, de modo que já pode imaginar como são os causos envolvendo essa ilustre figura, que deixou marcas na história de Paraguaçu Paulista.
Lá pelos anos 40, o seu Pedro morava na zona rural, mais precisamente na Água das Antas e, em companhia da sua esposa, a saudosa Dona Pedrina, plantava arroz para o sustento da família.
Acontece que, naquela época tinha rolinha a “dá cum pau” e o seu Pedro vivia reclamando para sua companheira, pois semeava o arroz e lá vinham as danadas das rolinhas fazerem a festa no terreiro.
– Eu lhe garanto, Pedrina, que um dia eu ponho um fim nessas rolinhas e aí meu arroz vai crescer bonito e viçoso.
Com isso, o seu Pedro ia tocando a sua lavoura, mas sempre com prejuízo no plantio do arroz. Certo dia, perdeu a paciência, levantou cedinho, arriou a mula e foi pra cidade, com seu quase 1,90 metro, equilibrando-se no dorso do vigoroso animal.
– Seu Zé, me arranje uma cartucheira de “boca larga”, um “bocado” de chumbinho e pólvora.
– Pelo jeito o senhor está querendo fazer uma caçada das boas – disse o dono da venda.
– Pois vou mesmo. Hoje, a Pedrina vai fazer uma panelada de rolinha e o senhor está convidado.
Sem medo de ser feliz, o seu Pedro retornou para casa, trazendo como bagagem a solução dos seus problemas e passando algumas horas preparando a cartucheira.
– Pedrina, apanha o balaio e vamos lá pro arrozal acabar com aquelas danadas.
Munido de cartucheira, balaio, sementes de arroz, o casal botou o pé na estrada e, após esperar algum tempo, eles viram dezenas de rolinhas, criadas à base de arroz, chegando e dividindo o espaço para o jantar.
Paciencioso, seu Pedro se levantou do local onde se escondera e, apontando a arma naquele monte de rolinhas, apertou o gatilho, girando a cartucheira.
Foi só pena que voou e ambos foram colhendo as rolinhas abatidas pelo chão, até que dona Pedrina disse:
– Pedro, eu estou ouvindo um barulho estranho ao meu redor, como se fosse um zumbido: zuummm. zuummm, zuummm! O que será isso?
– Fica tranquila, mulher, que é zumbido de chumbinho caçando rolinha.
Sem comentários!!!