Costela MInguinha
Os causos que abordaremos nesta edição aconteceram em meados dos anos 80, todos tendo como figura principal uma mesma pessoa.
Numa certa manhã de domingo, dirigi-me até o Restaurante do Gilmar, que funcionava no Posto Ipiranga, para marcar os meus números nas concorridas rifas de costelas e frangos assados que o Gilmar realizava, ininterruptamente, naquele dia.
Como era cedo, enquanto tomava um cafezinho com o Gilmar e jogava um pouco de conversa fora, ele “mexia” com seus temperos, frangos e costelas. Nesse dia, aconteceu o primeiro causo:
O Gilmar tinha um rapaz que o auxiliava com os assados, aos domingos, e no sábado anterior àquele domingo em que nos encontrávamos, o Donizete “Calhorda” havia sido incumbido de passar sal grosso na costela.
Pois bem, durante nossa conversa, o Gilmar disse:
– Você precisa ver as costelas minguinhas que vou colocar para assar hoje. Elas são lindas.
É claro que eu, mesmo sem ver as dita costela, já insalivei só de imaginar a bichinha assada. Fomos até a despensa do restaurante, para que o Gilmar pudesse mostrá-las, mas, quando ele retirou o pano que as cobria, foi aquele susto, porque elas estavam cheias de centenas de pontos de cor amarelecida, parecidos com pequenas larvas.
– Minha Nossa Senhora! Que será que o Calhorda fez com as costelas? Estão todas cheias de vermes brancos!
A princípio, fiquei enojado, porém, após um demorado estudo, percebemos que aqueles pontinhos que pareciam com larvas não passavam de grãos de arroz. O Calhorda havia trocado os pacotes e passado arroz nas costelas, em vez de sal. O Gilmar respirou aliviado e acabou me contando outro causo, em que o Calhorda estava presente:
Certa vez, o Gilmar e um grupo de amigos foram pescar na represa de Gardênia e, quando estavam dentro do barco se dirigindo para o local onde acampariam, o Calhorda perguntou:
– Gil, que tem dentro deste isopor?
O Gilmar, muito gozador, respondeu:
– Isso é isca para cevar e atrair peixe grande, na beira da represa. Nada mais falou ou lhe foi perguntado.
Todos saíram para pescar e o Calhorda ficou responsável pelo acampamento e pelo arroz, no entanto, como estava sozinho e o pessoal demorando, ele foi tomando alguns golinhos da brava, até que ficou de fogo. É lógico que, com o porre, vieram as “grandes” ideias:
– Vou fazer uma grande surpresa para a moçada. E como fez!
Já passava do meio dia quando o resto do pessoal chegou e com eles, aquela fome danada. O Pedro Movio, que estava junto com o grupo, foi até o isopor apanhar as costelas para o almoço e teve uma grande surpresa: ele estava vazio.
– Calhorda! Cadê a costela assada que estava aqui?
– Joguei no rio para cevar e para vocês pescarem mais tarde.
O resto do causo não posso contar.
Os causos que abordaremos nesta edição aconteceram em meados dos anos 80, todos tendo como figura principal uma mesma pessoa.
Numa certa manhã de domingo, dirigi-me até o Restaurante do Gilmar, que funcionava no Posto Ipiranga, para marcar os meus números nas concorridas rifas de costelas e frangos assados que o Gilmar realizava, ininterruptamente, naquele dia.
Como era cedo, enquanto tomava um cafezinho com o Gilmar e jogava um pouco de conversa fora, ele “mexia” com seus temperos, frangos e costelas. Nesse dia, aconteceu o primeiro causo:
O Gilmar tinha um rapaz que o auxiliava com os assados, aos domingos, e no sábado anterior àquele domingo em que nos encontrávamos, o Donizete “Calhorda” havia sido incumbido de passar sal grosso na costela.
Pois bem, durante nossa conversa, o Gilmar disse:
– Você precisa ver as costelas minguinhas que vou colocar para assar hoje. Elas são lindas.
É claro que eu, mesmo sem ver as dita costela, já insalivei só de imaginar a bichinha assada. Fomos até a despensa do restaurante, para que o Gilmar pudesse mostrá-las, mas, quando ele retirou o pano que as cobria, foi aquele susto, porque elas estavam cheias de centenas de pontos de cor amarelecida, parecidos com pequenas larvas.
– Minha Nossa Senhora! Que será que o Calhorda fez com as costelas? Estão todas cheias de vermes brancos!
A princípio, fiquei enojado, porém, após um demorado estudo, percebemos que aqueles pontinhos que pareciam com larvas não passavam de grãos de arroz. O Calhorda havia trocado os pacotes e passado arroz nas costelas, em vez de sal. O Gilmar respirou aliviado e acabou me contando outro causo, em que o Calhorda estava presente:
Certa vez, o Gilmar e um grupo de amigos foram pescar na represa de Gardênia e, quando estavam dentro do barco se dirigindo para o local onde acampariam, o Calhorda perguntou:
– Gil, que tem dentro deste isopor?
O Gilmar, muito gozador, respondeu:
– Isso é isca para cevar e atrair peixe grande, na beira da represa. Nada mais falou ou lhe foi perguntado.
Todos saíram para pescar e o Calhorda ficou responsável pelo acampamento e pelo arroz, no entanto, como estava sozinho e o pessoal demorando, ele foi tomando alguns golinhos da brava, até que ficou de fogo. É lógico que, com o porre, vieram as “grandes” ideias:
– Vou fazer uma grande surpresa para a moçada. E como fez!
Já passava do meio dia quando o resto do pessoal chegou e com eles, aquela fome danada. O Pedro Movio, que estava junto com o grupo, foi até o isopor apanhar as costelas para o almoço e teve uma grande surpresa: ele estava vazio.
– Calhorda! Cadê a costela assada que estava aqui?
– Joguei no rio para cevar e para vocês pescarem mais tarde.
O resto do causo não posso contar.