VEIO DE CARONA...
O calor estava de rachar no final de semana e nada seria melhor para superá-lo do que passar algumas horas à beira do rio, porque, além do divertimento, estaríamos jogando fora o cansaço da semana. Juntamos a nossa “traia” de pesca e, como a primeira opção era o Balneário Municipal, para lá nos dirigimos.
Após acharmos um bom lugar e nos instalarmos na barragem, que, por sinal, estava coalhada de pescadores de todas as idades, demos início à nossa pescaria propriamente dita, conscientes de que a fartura de lambari é sempre imensa.
O tempo foi passando e o viveiro foi-se enchendo; entre uma fisgada e outra, ouvíamos as histórias de pescadores que iam rolando ao redor, já que do nosso lado estavam três senhores, cujas idades, somadas, se aproximavam do 200 anos.
– Tempos atrás eu estava pescando bem aqui onde estou e lá perto da casa de madeira um funcionário da Prefeitura que havia deixado uma vara de espera fisgou um pacu, que deveria ter uns 12 quilos. Foi um Deus nos acuda para tirar o bicho d’água, parecia uma roda de caminhão.
Um outro pescador não deixou por menos e logo veio com outra história:
–A semana passada meu neto veio de tardezinha pescar lambari e acabou pescando três tabaranas que pesavam entre 2 quilos e 3 quilos e meio. As bichas eram muito bonitas. Vocês precisam ver a alegria do menino...
É claro que eu continuava ouvindo aquilo tudo, ora dava algumas respostas, ora fazia algumas perguntas, mas a verdade é que a pescaria estava muito boa, cultural, cheia de muitas histórias e lambaris à vontade.
Naquela altura do campeonato, eu já havia pescado mais de 150 lambaris, o sol ainda estava de arrebentar mamona e aqueles três senhores tinham ainda muitas histórias para contar, não perdiam ponto para ninguém: quando eu lhes disse que o caseiro do Gibinho Varrone havia fisgado uma traíra de aproximadamente 4 quilos e meio, um deles, o mais falante, replicou:
– O seu Mané, morador antigo da Barra Funda, foi pescar um dia desses e lá pelas bandas da represa velha, aquela que tinha os bambus, antes de esvaziarem o Balneário, e também “puxou” uma traíra desse tamanho, só que trouxe junto uma outra de dois quilos, que mordeu o rabo da primeira e veio de carona.
Depois dessa, recolhi minha “traia”, distribuí os meus, agora quase 200, lambaris entre eles, uma vez que já havia ganho o dia e certamente não iria ficar com a barriga na pia, limpando peixe.
Bastou-me a história, principalmente a da traíra que pegou carona.
O calor estava de rachar no final de semana e nada seria melhor para superá-lo do que passar algumas horas à beira do rio, porque, além do divertimento, estaríamos jogando fora o cansaço da semana. Juntamos a nossa “traia” de pesca e, como a primeira opção era o Balneário Municipal, para lá nos dirigimos.
Após acharmos um bom lugar e nos instalarmos na barragem, que, por sinal, estava coalhada de pescadores de todas as idades, demos início à nossa pescaria propriamente dita, conscientes de que a fartura de lambari é sempre imensa.
O tempo foi passando e o viveiro foi-se enchendo; entre uma fisgada e outra, ouvíamos as histórias de pescadores que iam rolando ao redor, já que do nosso lado estavam três senhores, cujas idades, somadas, se aproximavam do 200 anos.
– Tempos atrás eu estava pescando bem aqui onde estou e lá perto da casa de madeira um funcionário da Prefeitura que havia deixado uma vara de espera fisgou um pacu, que deveria ter uns 12 quilos. Foi um Deus nos acuda para tirar o bicho d’água, parecia uma roda de caminhão.
Um outro pescador não deixou por menos e logo veio com outra história:
–A semana passada meu neto veio de tardezinha pescar lambari e acabou pescando três tabaranas que pesavam entre 2 quilos e 3 quilos e meio. As bichas eram muito bonitas. Vocês precisam ver a alegria do menino...
É claro que eu continuava ouvindo aquilo tudo, ora dava algumas respostas, ora fazia algumas perguntas, mas a verdade é que a pescaria estava muito boa, cultural, cheia de muitas histórias e lambaris à vontade.
Naquela altura do campeonato, eu já havia pescado mais de 150 lambaris, o sol ainda estava de arrebentar mamona e aqueles três senhores tinham ainda muitas histórias para contar, não perdiam ponto para ninguém: quando eu lhes disse que o caseiro do Gibinho Varrone havia fisgado uma traíra de aproximadamente 4 quilos e meio, um deles, o mais falante, replicou:
– O seu Mané, morador antigo da Barra Funda, foi pescar um dia desses e lá pelas bandas da represa velha, aquela que tinha os bambus, antes de esvaziarem o Balneário, e também “puxou” uma traíra desse tamanho, só que trouxe junto uma outra de dois quilos, que mordeu o rabo da primeira e veio de carona.
Depois dessa, recolhi minha “traia”, distribuí os meus, agora quase 200, lambaris entre eles, uma vez que já havia ganho o dia e certamente não iria ficar com a barriga na pia, limpando peixe.
Bastou-me a história, principalmente a da traíra que pegou carona.