O PODER DA FÉ

O PODER DA FÉ

O saudoso Manoel José da Silva, conhecido como Nezinho. Foi um personagem que marcou sua passagem em nossa terra. Tanto pela atuação como chefe de família e cidadão. Quanto. Pelas inúmeras brincadeiras e os apelidos que deixou marcando sua história na vida da comunidade. Faleceu inesperadamente vitimado por um trágico acidente.

Certa vez por ocasião da colheita de uma roça de milho; dentre os inúmeros trabalhadores que realizavam aquela tarefa, estava um adolescente portador de um ferimento no entorno da boca. Em determinado momento, o garoto se ausentou buscando uma cabaça de água.

Nezinho comentou com a turma:

- hoje farei aquele moleque voltar pra casa a pé! Logo que o menino retomou seu lugar no eito, Nezinho emparelhou com ele e perguntou:

- Você já foi medicado alguma vez tentado curar essa enfermidade?

– Sim senhor, já compramos muito medicamento, mas nada resolveu! –Você acredita em simpatia? – Acredito sim! Ah como acredito!

Tirando uma palha de uma espiga de milho ele a entregou, dizendo:- logo ao encerrarmos o trabalho você segue a pé e em cada encruzilhada. Faça uma cruz de palha coloque-a no chão ajoelhe-se faça uma oração, qualquer uma, à sua escolha, depois coloque a maior pedra que estiver por perto em cima da cruz de palha, e siga em frente sem olhar para trás!

Ao encerrar o trabalho a turma entrou na caminhonete, e o pobre garoto seguiu a pé, cumprindo a riscas as recomendações, pelos doze quilômetros no trajeto, Nezinho seguiu vangloriando a ingenuidade do pobre coitado.

Terminada a colheita cada um cegue seu rumo. Não se viram mais. Algum tempo depois chegando à sua casa, lá do curral Nezinho visualizou a mãe do garoto em sua sala. Logo imaginou... É hoje! Ficou desconversando por ali, quando sua esposa o chamou atenção, dizendo ter visita a sua espera. Meio trêmulo dirigiu até a sala. E qual não foi à surpresa. A senhora que sempre teve fama de exigente e nervosa foi dizendo:

- Vim agradecê-lo por curar meu filho! Já estávamos sem esperança, mas graças a Deus, sua simpatia o curou!

Nezinho sentiu-se aliviado com o agradecimento da senhora . Ao me narrar este fato, disse que além de envergonhado com os demais companheiros, que assistiram sua brincadeira, sentia um grande remorso tomando como castigo de Deus, lembrando a humildade do garoto, e um grande abuso de sua parte, e também uma boa lição.

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 12/11/2009
Reeditado em 21/01/2018
Código do texto: T1919806
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