Reminiscências 06
Descendo o Morro...
Quando morávamos na fazenda, uma das nossas diversões prediletas nos finais de semana era a descida de um enorme morro num “taboão”.
O brinquedo era simples, consistia num pedaço médio de tábua encerada com velas com apóio para os pés.
Estes brinquedos eram preparados com muita habilidade e carinho pelos meus irmãos Cláudio e Raimundo e guardados, ou melhor, escondidos de meus pais e dos outros irmãos menores.
Poderia ser facilmente comparado a um carrinho de rolimãs, só que lá não tínhamos asfalto, muito menos calçadas, portanto sem rodas, evidentemente.
Descia-se o morro também um outro “brinquedo” que era fornecido pelos coqueiros. Tinham e ainda tem o formato de uma canoa, com as quais se obtinha excelentes resultados.
Nossas primeiras “viagens” eram sempre acompanhadas dos mais velhos para adquirirmos confiança. Os tombos, cambalhotas e “esfolões” eram inevitáveis.
As melhores tardes de finais de semana passávamos descendo (e subindo) os morros, ora de taboão, ora de “canoas”.
Quantas lembranças! Até mesmo dos arranhões contusões e broncas de minha mãe, que no fundo, tenho certeza, sentia-se feliz, pois tudo era feito na maior inocência, sem conhecer os perigos que anos mais tarde viríamos a conhecer morando numa cidade grande.