Brame a bruma, inerte dos Anjos

O prelúdio de uma grande tempestade se anunciava na cor ora pálida ora sombria do céu. As pessoas atentas a esta situação já planejavam seus próximos movimentos naquela quarta feira agitada, muitas delas ao olhar para o céu rapidamente mudavam de humor transformando suas faces de forma inusitada. Não menos inusitada era a situação que em pouco ocorreria ali, na principal avenida da cidade.

No ultimo andar do hotel Lucape uma senhora de setenta e seis anos, sozinha, olhava com certo temor para um ponto, esse ponto só escondia escuridão, um ponto no céu. Não havia pássaros, aviões ou sequer outra coisa que pudesse prender sua atenção.

Seu nome era Luiza, conhecida precisamente por dos Anjos, na verdade preferira assim quando chegara à cidade. Sua estada seria rápida, chegara na terça para um encontro nacional de Psiquiatria, este famoso na cidade conhecida por “Cidade dos Doidos”.

A verdade era que Luiza, desenvolvera uma doença que apresentava picos periodicamente, sem o conhecimento da família e também sem o conhecimento de médicos ou qualquer ajuda, ninguém sabia. Pensava que atrapalharia os outros por ser muito velha. Tentava, então, se tratar sozinha apenas ouvindo palestras sobre o assunto.

Um destes surtos e picos apareceria dentro em pouco quando nos céus viu monstros que a ameaçavam, uma voz dizia-lhe que teria de tirar toda a roupa se quisesse continuar viva. A voz não existia, mas quando ela terminou de se despir o primeiro bramido de trovão a assustou, fazendo com que corresse nua pelo hotel, onde no hall ultrapassou a porta de entrada e saiu correndo pela avenida movimentada.

Muitos ficaram sem reação, espantados demais pra reagir, a avenida sempre cheia de policiais se movimentou, estes correram atrás dela pra conte-la aqueles apenas observavam e comentavam curiosos.

A chuva começou todos empunharam seus guarda-chuvas logo perceberiam que uma simples proteção de plástico não conteria a tempestade, porque começariam a cair grandes pedras de granizo.

Quando um forte bramido, que parecia vir da névoa que se formara, soou para todos ouvirem, uma grande pedra de granizo começou a cair, até atingir, em cheio, a cabeça da velha que caiu inerte, morta.

Esse texto foi uma brincadeira de um amigo que escreveu um texto jornalístico e me pediu para transformá-lo em história.

Vlw Abdon!

Lucas Dias
Enviado por Lucas Dias em 10/11/2009
Reeditado em 20/03/2011
Código do texto: T1916361