Diálogo de amigos em um lotação
- Oi Amaro, tudo jóia?
- Oi Zé, tudo jóia.
- Diz aí, Amaro, como foi o feriadão de vocês? Fôro pra seresta mermo em Gravatá?
- Fumo, Zé! Foi eu, Mano, Dal, Mané e as menina de nói. Fumo quagi liso, mai fumo.
- Fôro como, se tava tudim cum pouco dinheiro?
- Oxe! Repara como foi: Fumo de ônibu. Cheguemo lá, Mané trocou uma idéia cum cara lá que ele conhecia. O cara deixou nói entrar de graça. Oxe! Entremo, dancemo foi muito. Depói deu uma sede danada. Eu disse pros menino: “Vamo ver se o dinheiro dá pra gente tomar uma?”Só deu pra duas celveja de latinha. Todo mundo tomou uns golinho pra enganar a sede. Saimo antes de acabar a seresta. Fumo pra BR na frente da rodoviára pra ver se arrumava carona pra vortá pra casa. Começou dá uma fome na gente. Por sorte as menina de nói levaro na bolsa uns pão cum salame. Nói cumeu aquilo tudo seco, mai tava era gostoso. A fome é quem diz. Só foi rim a sede que aumentou.
- Vixe Maria, que noitada hem?
- Num acabou aí não! Começou a chover, nói pegamo uma fôia grande dum pé de pranta que tinha lá perto. Nói aparava a água na fôia e bebia. As menina tudo de cara feia cum nói, num queria nem que a gente beijasse elas. Adispôi passou um caminhão, o motorista conheceu Dal, cumprido e magro como ele só, parou e a gente subiu na buléia. Só foi rim porque a gente tava muiado e foi um frio da gota. Aí as menina sentaro no nosso colo, e deixaro a gente abraçar elas pra diminuir o frio. Eu achei bom, num gastamo quagi nada e a gente se divirtimo.
- É, tem gosto pra tudo né Amaro?
- E apôi!