Last Kiss
"She's gone to heaven so I've got to be good,
So I can see my baby when I leave this world."
(...) E então, sob àquela noite de dezembro, o casal de amigos iria se despedir para as férias. Longo período este. O dia era quente, como bem o mês estava acostumado a ser, devido ao verão. Ele pegou as mãos dela e assim ficaram se olhando. Ocorreu o abraço, consideravelmente longo em comparação aos abraços corriqueiros do dia a dia.
- Boas férias - disse ela
De súbido, ele abraçou-a mais uma vez, segurou-lhe o pescoço com as mãos e repentinamente a beijou. O selinho básico, porém, divisor de águas. Ela ficou sem entender o que se tratava.
- Ótimas férias - completou ele
- Mas o que...?
- Não. Não diz nada. Eu precisava fazer isso, nem que fosse a última coisa que faria
Separando-se da garota, ele pegou sua mochila que estava no chão, aos seus pés. Abriu-a, mexeu um tanto e tirou um revólver. Seus olhos marejaram. Ela ficou extremamente espantada. Ele abriu o tambor e mostrou à garota que havia apenas uma bala nele. Fechou-o e girou, dando ao acaso que escolhesse a posição da única.
Tão repentino como lhe fora o beijo, ele colocou o cano sobre sua cabeça. Ela, temendo o que aconteceria, não deixou que o tiro se consumisse. Vendo que a menina iria impedi-lo, ele logo puxou o gatilho enquanto a outra ia em direção para que isso não acontecesse.
O tiro.
Falhou.
Não estava presente a bala.
Sabendo que não teria a mesma sorte de novo, rapidamente ele puxou pela segunda vez o gatilho. Porém, no que ele fez isso, ela já estava segurando a arma, tal qual ele. Ele, apontando pra cabeça do próprio, e ela, tirando do lugar. O que aconteceu foi que dessa vez o tiro aconteceu de verdade. O projétil saiu do cano. Mas com o agito da situação, a disputa entre forças, a rapidez do momento, ninguém percebeu que justo nessa hora o cano da arma estava apontado para a garota.
Metaforicamente, o tiro saiu pela culatra.