Irreverências

Assim foi o causo contado... fomos visitar o Tio Dolindo, e ele sempre irreverente, sentado na cadeira de assento de palhinha, aquelas confortáveis, que hoje já quase não mais são encontradas. Em baixo da cadeira, o cachorro seu companheiro, pobre e indefeso ao assumir culpas e feitos do dono...

Conversávamos bastante. Ele sempre tinha muitos causos prá contar.

Aquele dia, parece que estava meio incomodado. Se mexia a todo tempo na cadeira.

E, de repente, deu um tremendo e ruidoso peido. Não se fazia de rogado, escapou. Falava então bravo com o cão, como atribuindo-lhe a culpa:

- Vamos parar com isso, seu cão danado!Saia já daqui!, ordenava.

E passada e "aceita" a desculpa, o cão não saía, a conversa continuava.

Passados mais alguns momentos, e novamente, soltou mais um torpedo, e da mesma forma, ralhou com o cão:

- Sai-te daqui, cão fedorento!

E assim foi, até que, na terceira ou quarta vez, a visita não se aguentou, e ajudou a gritar com o cão:

- Saia cão, saia, rápido... antes que o Tio Dolindo cague em cima de você...

MARCO ANTONIO PEREIRA
Enviado por MARCO ANTONIO PEREIRA em 03/07/2006
Reeditado em 03/07/2006
Código do texto: T187031
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