Um São João e a Pia I
Apesar dos olhos tristonhos.Tenho umas histórias alegres também.e decidi compartilhar uma destas.É "das antigas"!Então,“senta que lá vem a história”.Se é real? Com certeza.Se você precisa acreditar que é real? Fica a livre escolha.Os nomes claro que não são os mesmos, a autorização de contar a história já foi um grande passo.O importante é que a história seja boa!
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(...)
Aconteceu tudo na época de São João, há alguns anos atrás. Eu, menina “rock”, tomei um susto ao ser convidada por uma das amigas de sala, a Bruna, pra ir passar o São João, na casa da família dela, em Amargosa(logo ali na Bahia).Com a explicação eu entendi o porque do convite.Também iriam para o “São João” ,o Ricardo(namorado da Bruna) , a Carla. E eu ingenuamente falei:
_Entendi. Uma vela não é suficiente, vocês dois querem um castiçal.Ai eu faço companhia pra Carla...rs
_Não.Dããã...A Carla ta indo porque o Breno( irmão da Bruna,muito gato!Que eu fiquei uma vez num aniversário dela) vai pra lá , aproveitando as férias da faculdade e vai levar o André (melhor amigo do Breno – no mesmo nível).E o pobrezinho não pode ficar só.Você vai?
_Se não tiver que usar roupa de “matuta” vou...
_hauahauauhauahuahauahuahauahuahauahuahuahau...Leva alguma coisa que não seja preto ou minha avó vai ficar perguntando pra você quem morreu...Aff...
Mas assustados ficaram meus pais quando eu falei que queria ir pra o interior e tal.Mas, deixaram com o apelo da Bruna, que garantiu que só estaria lá , eu ,ela e a Carla, além do mais nossos pais se conheciam.A semana anterior ao dia da viagem demorou um século pra passar.Fazer as malas foi até rápido, fui salva pela Luciana minha vizinha de porta,a quem pedi socorro, afinal eu não tinha tanta coisa que não fossem preta no guarda roupa.E as camisas de banda(ACDC,Metallica,Pink floyd...) não iam passar impressão , de boa moça.A Luciana me emprestou uns 2 vestidos, umas blusinhas bacanas pra variar com qualquer coisa jeans , foi até fácil.
As meninas riram quando passaram pra me buscar e eu tava de jeans e camiseta verde.
_O que eu não faço por vocês ... (foi minha única observação)
Amargosa fica a mais ou menos 250 km de Salvador.Não sei como está agora a estrada, mas na época não era lá essas coisas.Um calor infernal. E não bastasse o calor o fogo desvairado, de 3 adolescentes, só piorava. A Bruna foi dando as instruções pra mim e pra Carla, o que a avó , que era a matriarca,manda-chuva do pedaço ,não curtia.E como a gente ia fazer pra sair , os esquemas e tal.O pai da Bruna , era “ o mente aberta” não se importava que a gente saísse e tal, desde que os meninos estivessem tomando conta e que ninguém “passasse da conta" . Ele ajudaria a gente a enrolar ,a avó da Bruna (que ele odiava) e a mãe da Bruna, que era daquelas beatas alucinadas, mas muito agradável e bonita.Quando chegamos, já sabíamos exatamente o que fazer ,nada de dar muita trela pra os meninos na frente das duas “senhoras”.A gente até reclamava “sai daqui menino, tá vendo que só tem mulher aqui”...Mas, como 2 e 2 são 4...3 e 3 são 6,ué...
E correu tudo bem nos primeiros 2 dias.E na terceira noite o script foi o mesmo.Jantamos com a família toda, depois saímos pra o “rastapé” . Lá pelas tantas (mas ainda cedo) o pai da Bruna ajudava no teatro. Entrava com nós 3 em casa. Os meninos podiam ficar na rua” porque são meninos”, estão só bebendo, pra meninas é perigoso blábláblá... Entramos em casa fizemos o teatrinho, entramos pra o quarto , e fomos “dormir”. Eu usei a técnica ,que aprendi com as minhas tias, de colocar as bonecas cobertas com o lençol, mas com os cabelos caídos meio pra fora da cama e aí é só ligar um ventilador do outro lado , que o movimento do lenço e dos cabelos da a impressão que realmente tem gente dormindo.Pulamos a janela.Eu cautelosa coloquei uma escora pra janela não fechar, afinal caso a gente precisasse entrar sem passar pela sala, ´tava fácil.
Quando chegamos na rua os meninos esperavam gente na esquina, com o carro ligado.Emoção total !!!!( rs )...Voltamos pra bagunça, mas o Breno (espertinho) teve a brilhante idéia de terminar a festinha de volta em casa mesmo.E anunciou que ele ficava comigo no quarto dos meninos.O melhor amigo tinha a preferência e ficava com Carla e o quarto das meninas...A Bruna ranzinzou...Mas ouviu de resposta.
_Cunhado não é parente.( ele disse rindo...e o Ricardo só assentiu com a cabeça, rindo também) .Tu se vira lá com o quarto da empregada...E se reclamar a gente volta pra casa e eu conto pro pai a quantas anda esse namoro...
Todo mundo amenizou e ninguém ia discordar do Breno aquela altura, além do mais ele era o mais velho e tinha uma argumentação bem persuasiva...Mal sabia ele que a intensidade do namoro estava prestes a ser revelada.Entramos na casa de ponta de pé.Os meninos primeiro, checaram se ninguém tava acordado...e aí então nós entramos.Cada um “fugindo” rápido pra o seu rumo antes que alguém acordasse.Eu empolgadíssima e nervosíssima, naquela época eu tinha 17 anos, acabara de me recuperar de um acidente que me deixou inúmeras marcas, tinha vergonha de qualquer coisa que me refletisse.E estava lá agarrando e sendo agarrada pelo Breno, gato ,lindo, mais velho(quando se tem 17 isso faz diferença), maravilhoso, com o sotaque mais arrastado que eu vi na minha vida, mas quando ele falava “minha linda” me dava um tesão dos diabos. Num dos lampejos, da "Loba" que já existia dentro de mim, eu tive o impulso e arranquei a minha blusa e joguei longe...Vixxxxxxxxxxeeeeeeeeeeeeeee....A temperatura subiu...A emoção rolando solta e as peças de roupa criando asas... Quando eu já estava no ponto de não raciocinar mais absolutamente nada.Eu parei tudo e disse.
_Para, para...eu ouvi passos.(sexto sentido melhor que radar - me enfiaria em menos encrencas se desse mais atenção)
_Não tem ninguém acordado.Relaxa.(o Breno falou isso erguendo o corpo “fingindo” que tentava ouvir alguma coisa só pra provar que não era nada.)
Por via das dúvidas, eu procurei na penumbra onde haviam parado as minhas roupas , caso alguém aparecesse, ou alguma emergência. Depois de uns minutinhos eu desisti de me preocupar e me entreguei ao momento...(Tem gente que não gosta de se apaixonar porque se sente como adolescente.Eu gosto exatamente por causa disso.Aquela intensidade toda e a sensação de se impressionar sempre com o sexo e pensar “isso é bom pra c....!!!”.Isso as vezes se perde um pouco na vida adulta, todo mundo tão preocupado em impressionar que “viver o momento” fica em ultimo plano...Mas, seguindo com a história...)
Se estava calor antes, depois o calor tava ainda pior...Eu fiz a cara de Lolita manhosa mais fatal que eu encontrei. E disse:
_Se você fizer o imenso favor de trazer uma água pra mim...sem ser pego prometo que recompenso...
(na minha mente a idéia era assim:Me deixou com sede danado, agora me arruma água, porque eu mataria um por um pouco de água)
Ele foi.Eu puxei minha roupa pra perto e cheguei a colocar calcinha , sutiã, saia...Mas me mantive sem a blusa na frente do ventilador. Quando ele entrou no quarto com todo o cuidado e me entregou a água.O susto!!!Escutamos um barulho imenso, parecia que algo tinha desabado. E o barulho foi seguido dos gritos da Bruna e do Ricardo. Vesti a blusa num estalo.Saímos correndo pela casa.Trombamos com a Carla e o André (descabelado e suados – danadinhos)... E fomos seguidos pelas duas “Senhoras” uma praguejava a outra dizia “ai meu Deus”, o pai da Bruna aflito com a mão na cabeça coma famosa expressão “Fudeu” estampada da testa até a careca...
(continua já...)