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Surro, serre ou sirro?
Este "causo" presenciei, embora escondida, atrás de uma janela.
Éramos meu amado pai-avô, minha querida vó Duzinha, mainha, a quem, na hora do dengo a chamava de manhoca, eu, uma prima muito peralta, e dois primos, um maiorzinho metido a homem e um barrigudo e quase careca, pois nosso vô o levava ao barbeiro para fazer um corte muito engraçado: toda a cabeça raspada, exceto uma franjinha loura que lhe caía sobre a testa. Ele é o ator principal desta estória, ou melhor, causo.
Os quartos da casa onde morávamos tinham todos, janelas que davam para um corredor, onde iniciava o quintal. O chão era de uma terra que não era bem terra, era mais areia, mesmo assim, tinha pé de flor. Tinha trepadeira cor-de-rosa, tinha lírios amarelos e açucenas vermelhas. Mas tinha um grande espaço livre onde as meninas brincavam de “casinha” e os homens de “estrada e carro”.
Neste dia estudava em meu quarto, quando, chega na ponta do pé, minha mãe e diz:
- vem ver uma coisa, filha.
Meu primo de franja e barrigudinho, quatro anos mais ou menos, brincava com o vizinho que morava em frente, seu principal e quase único amigo, um pouco maior que ele.
Tinha ladeira, túnel, estrada lisinha, cerca, cancela de pauzinho de picolé e, claro, carros feitos com caixa de fósforos, lata de sardinha, ou o que desse para parecer um veículo.
- truuuum... vuuuum...vuummmm, lá vai meu carro, dizia um
- roooom, bip bip, sai da frente, estou buzinando, dizia o outro.
E nós duas lá, olhando os dois brincarem, parece que adivinhávamos que teríamos um espetáculo, dentro de alguns momentos.
De repente, não mais que muito de repente, ouve-se um ruído daqueles que todos conhecemos, mas que, quem o faz, nunca diz que o fez. E foi bem alto!
Puuum!
Risadas espoucavam como fogos
- Você bufou! (mais risadas)
- Eu não, foi você! . E mais risadas.
Os dois rolavam no chão, a estrada foi destruída, as rodas com, tampinhas de refrigerante dos carrinhos soltaram longe.
No meio de tanta gozação o lourinho, pergunta:
- Rapaz, de que é que você tanto serre?
E o amigo:
Sou assim mesmo amigo, de tudo eu surro.
- Não é surro, burro, é sirro, !
Afinal, quem foi o autor do Puuum? Ora, deixa pra lá e vamos sorrir!
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Surro, serre ou sirro?
Este "causo" presenciei, embora escondida, atrás de uma janela.
Éramos meu amado pai-avô, minha querida vó Duzinha, mainha, a quem, na hora do dengo a chamava de manhoca, eu, uma prima muito peralta, e dois primos, um maiorzinho metido a homem e um barrigudo e quase careca, pois nosso vô o levava ao barbeiro para fazer um corte muito engraçado: toda a cabeça raspada, exceto uma franjinha loura que lhe caía sobre a testa. Ele é o ator principal desta estória, ou melhor, causo.
Os quartos da casa onde morávamos tinham todos, janelas que davam para um corredor, onde iniciava o quintal. O chão era de uma terra que não era bem terra, era mais areia, mesmo assim, tinha pé de flor. Tinha trepadeira cor-de-rosa, tinha lírios amarelos e açucenas vermelhas. Mas tinha um grande espaço livre onde as meninas brincavam de “casinha” e os homens de “estrada e carro”.
Neste dia estudava em meu quarto, quando, chega na ponta do pé, minha mãe e diz:
- vem ver uma coisa, filha.
Meu primo de franja e barrigudinho, quatro anos mais ou menos, brincava com o vizinho que morava em frente, seu principal e quase único amigo, um pouco maior que ele.
Tinha ladeira, túnel, estrada lisinha, cerca, cancela de pauzinho de picolé e, claro, carros feitos com caixa de fósforos, lata de sardinha, ou o que desse para parecer um veículo.
- truuuum... vuuuum...vuummmm, lá vai meu carro, dizia um
- roooom, bip bip, sai da frente, estou buzinando, dizia o outro.
E nós duas lá, olhando os dois brincarem, parece que adivinhávamos que teríamos um espetáculo, dentro de alguns momentos.
De repente, não mais que muito de repente, ouve-se um ruído daqueles que todos conhecemos, mas que, quem o faz, nunca diz que o fez. E foi bem alto!
Puuum!
Risadas espoucavam como fogos
- Você bufou! (mais risadas)
- Eu não, foi você! . E mais risadas.
Os dois rolavam no chão, a estrada foi destruída, as rodas com, tampinhas de refrigerante dos carrinhos soltaram longe.
No meio de tanta gozação o lourinho, pergunta:
- Rapaz, de que é que você tanto serre?
E o amigo:
Sou assim mesmo amigo, de tudo eu surro.
- Não é surro, burro, é sirro, !
Afinal, quem foi o autor do Puuum? Ora, deixa pra lá e vamos sorrir!