Presente de Gratidão (Minha mãe, deculpa, digo minha Senhora

Numa cidade pequena, onde reinava uma doce e bela paz havia uma mulher que não vivia em paz nos últimos cinco meses precedentes, sabendo de tua gravidez não dormia, não comia posso dizê-los que ela não vivia. Ansiedade? Sim. Mas não uma ansiedade positiva e sim negativa, pois a gravidez era indesejada, e ela já decida que iria abortar só aguardava seu coração se fechar completamente em seu peito para fazer isso. Mas ao consultar uns dos seus amigos ouvira do mesmo “dei a luz a criança, não aborte por favor, dei ela a mim se não quer a criança que está por vir, eu cuidarei dela.” Assim feito no nono mês deu a luz a um lindo menino, porém não quis nem pegar em seu colo, para a pobre criança receber o calor de quem o gerou durante nove meses, mesmo sendo nove meses com todo o negativismo da mulher para com a criança que acabara de nascer. Em tom alto e rude disse ainda “leve essa criança aquele homem, não é o pai biológico, pois eu também não sei quem é o pai da criança, se por mim essa criança já teria abortado, aquele homem que se diz meu amigo cuidará da criança”.

E assim foi feito, a mãe nunca mais viu a criança nem sequer seu amigo, porém ambos foram morar em um pequeno sítio perto da cidade. Dezoito anos após o acontecido, o homem que fazia a função de pai e mãe ao mesmo tempo pede ao filho que deu o nome de Victor Augusto, vá a cidade entregue as garrafas de leite, e depois volte para almoçarmos. O jovem Victor sempre obediente pegou o humilde carro de boi e partiu para cidade.

Já na cidade sua mãe, aquela que quis tanto abortá-lo naquela tarde quente e triste, pois já ouvi falar muito em tardes frias tristes aquele dia foi diferente mesmo, Voltando ao acontecido à mulher que com seu carro de luxo que agora tornara gente de classe alta, devido herança deixado de seu pai, poderia ser dito avô de Victor, mas como não é bem assim continuo a historia. Ela por sua vez aquele dia estava rumo ao hospital devido fortes dores nos rins que havia sentido ha dias. No mesmo fica hospitalizada e após laudos médicos a noticia “seu rim precisa ser tirado, pois não sabemos como, mas algo o danificou de tal maneira que se não agirmos logo isso poderá levá-la daqui”... E prosseguiram os médicos “e você precisará de um rim novo urgente”...

Horas mais tarde volta Victor para o humilde sítio, não passou nem da porta de sua humilde casinha ouviu no rádio a seguinte noticia, “Mulher de classe alta paga o preço que for por um rim sadio” Não pensou duas vezes e disse ao seu pai... “Pai, vamos até a cidade eu venderei meu rim para conseguirmos realizar seu sonho meu pai, de comprarmos esse pequeno pedaço de terra”. Assim partiram para a cidade rumo aquele hospital, Victor já decidido a fazer o melhor para ambos os lados. Mas ao ver a mulher ali seu pai chamou-o ele ao lado e disse “não quero te magoar, mas essa mulher é sua mãe, aquela que te deu a luz, mesmo contra a vontade, mesmo querendo abortá-lo, essa é a mulher que deu você nos meus braços nos primeiros minutos teu de vida.” Os olhos de Victor lagrimaram ao ver a mulher ali já quase sendo encubada. E assim já colocado na mesa de transplante fez seu papel, no dia seguinte Victor estava de alta a mulher permaneceu internada.

Ele disse ao pai o que fez e como fez, seu pai deu total apoio. Victor deixou um envelope do lado da cama onde a mulher estava a dormir devido a anestesia, Quando ela acorda pergunta ao médico que fez o transplante “ Aqui é o céu?” ele responde “Não, ainda estás na terra e nela permanecerá graças ao rim que recebeu” Ela continuou “E quanto foi o preço por esse rim que recebi” O médico passando um envelope a mão de mulher disse “não sei, só sei que o jovem te deixou esse envelope, talvez esteja o preço ai dentro, abra e leia” Ela abriu e lendo o que havia escrito seus olhos encheram de lágrimas e acho que os de você também irão encher, acompanhe o que havia na carta:

“Hoje venho nesta carta, dizer apenas algumas palavras a você senhora, não sei se devo te chamar de mãe, não sei como seria sua reação, então prefiro chamá-la de senhora, eu não sabia que era você que necessitava desse órgão que eu doei, mas fiz isso de coração, sendo ou não você fiz de boa vontade, aliás, pensando bem, acho que fiz mais ainda de coração por saber que um órgão meu está dentro da mulher que me deu a luz, e falando em luz, vou dar meu preço por esse meu órgão, estou passando por momentos difíceis no sitio com papai, mas prefiro continuar lutando para sair desse sufoco que estamos então mamãe, desculpa, então senhora, esse órgão é teu pagamento por ter me dado a luz e não feito o que iria fazer esse órgão não tem preço, seu preço e não ter me abortado, não teria outro jeito, senão esse para pagar-te o que fez por mim, mesmo sendo contra a sua vontade, estou aqui, e indo um pouco alem, esse órgão poderia não existir em mim hoje muito menos em você, veja como o mundo da voltas minha mãe, ou seja, minha senhora, receba esse presente de gratidão ao meu nascimento, receba o primeiro presente que lhe dou após esses 18 anos de vida, Obrigado por não desistir de mim, mesmo querendo desistir, hoje em você literalmente há um pedaço de mim, quem mais uma vez digo, aceite isso como minha retribuição, e se um dia quiser me pagar, somente me de um beijo e me chame pelo menos uma vez de “meu filho”... Melhoras minha senhora até um dia desses”... Victor Augusto.