Despertar da esperança

Numa noite dessas de inverno, ouvi um sino enquanto eu dormia, tremulando no meu criado-mudo, vi o celular a me alertar, era você debruçando sentimentos e desejos me fazendo lembrar dos meus ensejos, me contando do apego que se tomava de ti por mim.

De súbito acordei, reli e não era uma vertigem, nem sonho e nem miragem, estava lá mesmo a mensagem. Atônita com a inesperada declaração não consegui voltar e dormir.

Alerta preparei a mim um chá para ver se amolecia nas lembranças e chamava o sono de volta, mas não! Lembrei-me de novo do sino, como o canto de "bom dia!" desarcotinando meu quarto e deitando o sol sobre meus lençóis terminando por faiscar feixes de luz dourada ventindo de dia o meu rosto. Como uma luz que no meio da madrugada me guiara para ver um novo começo, brotando a esperança de um sentimento correspondido, platônico e inibido.

Tímidas as então expectativas cresciam.... É assim que nasce um sentimento? na conquista? instigando meus instintos de devolver aos que me teem carinho toda a gratidão por ser querida, assim sempre entendi e motivei a reciprocidade vivida.

E apesar da minha idade, existem reflexos em mim que só um adolescente entenderia.... O impasse na vontade, o desejo no receio, querer sentir o que não pode ser tocado.... coisas confusas do imprevisível momento em que se desperdiça a felicidade em questionamentos.

Infungível sentimento... me libertando de passadas angústias e me aprisionando a novas esperanças...

Vou tentar dormir de novo... Nesta noite fria e o colo quente chegando primaveril no meu peito, brotando sensações adormecidas pela banalização de outros amores que não deram valor no aconchego de serem amados por mim. Ah!Que se acalmem antigas revoltas! É tempo de renovação! Pelo menos da esperança...

Izabel Bento
Enviado por Izabel Bento em 27/07/2009
Reeditado em 28/07/2009
Código do texto: T1722146
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