Maurinho chinelada

Maurinho, bancário, jovem, solteiro, excelente jogador de futebol de salão, boa pinta, enfim um bom partido, foi num grande baile. O palco do evento era o ginásio de esportes, onde Maurinho costumava aplicar seus dribles desconcertantes no torneio citadino de futsal, portanto, o “jogo” era em casa! A festa estava boa, cheia de gente e, principalmente, cheia de moças bonitas. Maurinho trocou olhares com um belo exemplar do sexo oposto e ao ser correspondido ficou “mais faceiro que lambari de sanga”. Não demorou muito para que os dois trocassem carícias apaixonadas, e o melhor, a garota morava bem perto do ginásio, não exigiria de Maurinho uma caminhada longa na hora de levá-la embora. Era uma noite perfeita, tão extasiante quanto fora a última conquista dentro das mesmas quatro linhas onde hoje dançava acompanhado da bela moça. Mas como tudo o que é bom dura pouco, a garota disse que estava na hora de ir embora. Maurinho então a acompanhou e, em uma área, de fronte a porta de entrada da residência dela, trocaram um beijo, daqueles em que as línguas se enroscaram mais do que entrevero de cobras fazendo, evidentemente, o clima esquentar. A moça, muito religiosa, resolve ajoelhar-se para uma “oração” de despedida e Maurinho sentia-se no céu, se existisse o paraíso era ali que ele estava. Mas o diabo apareceu para oferecer-lhe a maçã... Não é que a mãe da guria abre a porta e dá de cara com Maurinho de olhos fechados, sorriso maroto no rosto e, ao mesmo tempo em que solta um grito horrendo, desfere uma estrondosa chinelada que deixa estampado o nome havaianas 37 na bochecha do mancebo. Maurinho corre como uma lebre apavorada fugindo dos cães... Depois desse dia até a rádio local, quando transmitia as partidas de futebol, se referia ao astro do time da AABB como Maurinho Chinelada.

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andré diefenbach
Enviado por andré diefenbach em 01/07/2009
Código do texto: T1677747
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