UM DOS ABRIGO DA CRIANÇA

ANOS 80, É UM ANO CHEIO DE ÓTIMAS LEMBRANÇAS PORQUE NÃO, E O MESMO RESERVA ALGO ESPECIAL, O ANO DA EMPOLGAÇÃO, EU SAINDO DA PUBERDADE, CHEIO DE VIGOR, COM RACIOCÍNIO AINDA UM POUCO LENTO, RECÉM CASADO; O QUE É MELHOR, CONHECI, NAMORAMOS, NAQUELE TEMPO NAMORO ERA NAMORO COM BROA DE MILHO AO CAÍR DA TARDE E GALINHA COM MACARRÃO AOS DOMINGOS, FIQUEI E FOMOS MORAR JUNTOS, PARA QUALQUER TEMPO UMA RELAÇÃO COMO ESTA NÃO TRAZ NO SEU BOJO NENHUM GLAMOUR OCIDENTAL.

APENAS PARA O CASAL DE POMBINHOS SIM AFINAL SAÍR DE CASA E VIVER COM ALGUÉM NA MESMA CIDADE PARECE SER A VIAGEM TRANSCEDENTAL DA ADOLESCÊNCIA, ENFIM VIVIÁMOS O GLAMOUR DA PAIXÃO ADOLESCENTE, UMA DELÍCIA DE RELACIONAMENTO, FOMOS MORAR NUMA CASA NA AV. SÃO JOÃO DA BARRA, COM CERTEZA JÁ COMEÇAMOS SANTIFICADOS, UMA CASA ALUGADA NOS FUNDOS DOS FUNDOS DE UMA CASA QUE ERA A FRENTE DA NOSSA CASA, LEVAMOS NOSSA MUDANÇA QUE CABIA NUMA CARROÇA, UM CADEIRA VELHA SEM REFORÇO NENHUM NAS SUAS FRANZINAS PERNAS, UM FILTRO AFINAL ÁGUA NÃO DEVE FALTAR NO INÍCIO DE UM RELACIONAMENTO PRECIPALMENTE PARA BEBER.

E CLARO NÃO SOMOS BOBO UMA CAMISA COMPRADA NUM BRECHÔ QUASE NOVO, E LEVAMOS NA MENTE E NO CORAÇÃO A DISPOSIÇÃO DE UMA PAIXÃO, NESTES DIAS A ESPOSA ENCONTRAVA-SE GRÁVIDA, CONFESSO É BOM DEMAIS CURTIR A INOCÊNCIA DE UM CASAL, NA HORA DO ALMOÇO, A ESPOSA SENTAVA NO CHÃO E EU NA ÚNICA CADEIRA QUE TINHAMOS, PORQUE A GENTE NÃO LEVAVA FÉ NAQUELA CADEIRA, DEVIDO AO ACRÉSCIMO DE PÊSO DA ESPOSA A GENTE TINHA MEDO QUE AO SENTAR PUDESSE ESBORRACHAR NO CHÃO, A CADEIRA ERA GENTILMENTE FRACA DE CORPO, IÁMOS LEVANDO AQUELA DOCE VIDA, NÚPCIAL.

GESTANTE JÁ SE ENCONTRAVA A ESPOSA, SE BEM QUE ESTAVAMOS FELIZES, QUANDO NASCEU O PRIMOGÊNITO, E COM AMOR PARTIMOS PARA O SEGUNDO FILHO, FOI QUANDO EM JUNHO DE 1986 NASCEU O SEGUNDO FILHO: AI COMEÇA A HISTÓRIA, VERDADEIRAMENTE, A ESPOSA TRABALHAVA QUE SÓ, ADORAVA AS NOITES PARA EXECUTAR SUAS TAREFAS DOMÉSTICAS, SINCERAMENTE ATÉ HOJE EU NÃO SEI PORQUE, TALVEZ LEVASSE O DIA TODO A CUIDAR DE FILHOS, TUDO BEM, MEXIA EM TUDO, E NO PERIODO DA TPM, HUM ERA PIOR AINDA, ELA TRABALHAVA DOBRADO E, COMO TRABALHAVA, BAIXAVA UMA SANTA TRABALHADEIRA, QUE VIRAVA E REVIRAVA TUDO, PARA DEPOIS ARRUMAR COM CALMA TUDO AQUILO QUE OUTRORA FOI REVIRADO.

FOMOS DEPOIS DE ALGUM TEMPO MORAR EM OUTRA CASA E, COMPREI UM GELADEIRA DE 360 LITROS, ANTECEDENDO O NASCIMENTO DO SEGUNDO FILHO, FOI QUANDO EM JUNHO DE 1986 O MESMO NASCEU, NASCEU CORRENDO, RINDO E SALTITANDO, ESSE DEU TRABALHO NO BOM SENTIDO É CLARO, NA SUA TENRA IDADE PERMITIA QUE ASSIM ELE FOSSE.

VOU CITAR AQUI UM ACONTECIMENTO INUSITADO NUMA VIAGEM QUE FIZEMOS À BAHIA FOMOS ALMOÇAR NO MERCADO MODELO, SABE COMO É MÃE É MÃE E A MESMA TEM MANIA DE AGASALHAR OS FILHOS, E O MENINO NESTE DIA ENSOLARADO ESTAVA VESTIDO DE MACACÃO DE VELUDO, UMA CAMISA POR BAIXO E TÊNIS, AO CHEGAR AO MERCADO MODELO, MEU FILHO NAQUELA ÉPOCA ESTAVA COM DOIS ANOS, ELE COMEÇOU A CHORAR BEM ALTO, E A GENTE NÃO SABIA O QUE FAZER, E O MENINO NÃO PARAVA DE CHORAR, A GENTE SEM EXPERIÊNCIA NÃO ENTENDIA O QUE ESTAVA ACONTECENDO, FOI QUANDO UM SENHOR DA MESA AO LADO FALOU: _, TIRE A ROUPA DA CRIANÇA, TIRAMOS A ROUPA DO MEU FILHO E, ELE VOLTOU A SORRIR, ESTE É UM DOS CASOS INUSITADOS COM MEU SEGUNDO FILHO. CONCLUÍMOS A NOSSA VIAGEM À BAHIA.

E JÁ DE VOLTA PARA CASA DE ONIBUS UMA VIAGEM DE APROXIMADAMENTE 24HORAS UFA É LONGE DE ONIBUS, COLOCAMOS NOSSAS BAGAGENS NO QUARTO E FOMOS DESCANSAR DA VIAGEM JÁ QUE NAQUELE TEMPO DESCONHECIÁMOS O QUE ERA VIAJAR DE AVIÃO, OLHA QUE EU QUANDO IA PARA O TRABALHO PEGAVA O HELICÓPTERO, CASAL QUE JUNTOU OS TRAPOS CEDO É ASSIM, FALTA EXPERIÊNCIA, O TEMPO PASSAVA LENTO, NA TRANQUILIDADE E NA PAZ DOS “BOM-VIVANT”, UM CHORO UM RISO, UMA FEIJOADA COM FEIJÃO BRANCO E LOURO, NAS NOITES QUENTES E RIO TRANSBORDANDO A GENTE SUBIA A PONTE GENERAL DUTRA PARA COMPRAR MANJUBA UM PEIXE PEQUENO, QUE NÃO PRECISAVA LIMPAR, COMIA FRITO COM UMA CERVEJA BEM GELADA, IÁMOS LEVANDO UMA VIDA DELICIOSA DIGA-SE DE PASSAGEM.

VIAJÁVAMOS MUITO, MEUS FILHOS TINHA CADA UM SUA MOCHILA CEDO APRENDERAM A SEREM INDEPENDENTES, DENTRO DA MOCHILA DE CADA UM IA SEUS PERTENCES PESSOAIS, AS CRIANÇAS FORAM CRESCENDO, ASSIM NA IDADE JÁ QUE NO TAMANHO NEM TANTO A MENINA CRESCIA MAIS QUE O MENINO, O MENINO MAIS TARDE QUE DEU UM ESTIRÃO E CRESCEU DE VEZ, MAIS NA TENRA IDADE SEMPRE FOI PEQUETITO, MUITO DIVERTIDO ESTES MOMENTOS.

FOI QUANDO NO DIA DA FAXINA GERAL NA CASA, MINHA ESPOSA LIMPOU GUARDA-ROUPA, FOGÃO, BANHEIRO, COZINHA, TETO, PISO E GELADEIRA, ELA TIROU TUDO DE DENTRO DA GELADEIRA, PRATELEIRAS E GAVETAS, DEIXOU A GELADEIRA VAZIA, E DEIXOU A PORTA ABERTA PARA CORRER UM VENTO E SECAR, MESMO DEPOIS QUE ELA JÁ TINHA PASSADO UM PANO SECO DENTRO DA GELADEIRA, ISSO SEMPRE FOI SEU COSTUME DE LIMPAR A GELADEIRA.

DEPOIS ELA FOI ARRUMAR O QUARTO E, NESTE MOMENTO DEU POR FALTA DO MEU FILHO, FOMOS PROCURÁ-LO POR TODA A CASA, NOS QUARTOS, ENTRAVA NOS COMODOS E CHAMAVA MEU FILHO PELO NOME, NO QUINTAL, O PORTÃO FICAVA SEMPRE TRANCADO ENTÃO TINHA CERTEZA QUE PARA RUA ELE NÃO TINHA IDO, JÁ SEM SABER MAIS O QUE FAZER, LEMBRA QUE TINHAMOS DEIXADO A PORTA DA GELADEIRA ABERTA, E A MESMA ENCONTRAVA-SE FECHADA, FOI AI QUE A GENTE ABRIU A PORTA COMO ÚLTIMO RECURSO E ESPERANÇA DE ENCONTRAR O NOSSO FILHO, E ELE ESTAVA SENTADO COM AS PERNAS DOBRADAS DENTRO DA GELADEIRA, E O MESMO APENAS SORRIU PELA SEGUNDA VEZ.

MOISÉS CKLEIN.

Moisés Cklein
Enviado por Moisés Cklein em 01/07/2009
Código do texto: T1676324
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