COISAS DE COMADRES

COISAS DE COMADRES

Bem antes do Judas calças as botas existiram duas comadres bem mais intima como se queira e mais concorrentes do que necessário.

A comadre costureira legitima originaria das plagas otomanas e a comadre professora referencia em educação além co currículo escolar.

A convivência graças a laços familiares pois a costureira é casada com o irmão da professora no começo corre a mil maravilhas.

A professora possui um guarda-roupa completo com vários blazeres, vestidos de festas, bolsas e adereços de griffes.

Vez por outra a costureira pede emprestada essa ou aquela peça a fim e copiar o modelo. Foi assim por vários anos tanto é que em seu atelier os modelos foram classificados por PROFESSORA 1, 2 cuja numeração bateu pelo numero 30 a fora. Ela também comprava da costureira ou encomendava alguma coisa no seu gosto que era prontamente confeccionada e paga sempre parcelada.

Não é que a costureira otomana ficou rica e mandou erguer uma loja, verdadeiro palacete a exibir que dinheiro ali não faltava.

Na inauguração os amigos, parentes, clientes, não foram esquecidos. Todos do meio foram lembrados.

Durante os discursos a comadre professora que também era referencia social, inclusive resvalando à barreira de celebridade.

Após o seu discurso todos vieram abraça-la parabenizando pela palestra, com agradecimentos de toda a monta, nesse momento a comadre costureira notou que o brilho de sua inauguração partiu a outra finalidade. Emburrou em um canto com seus parentes e puxa-sacos onde desabafou:

- Ela roubou a sena da minha festa...

Esquecera convenientemente do começo de seu atelier onde a professora palestrante fora a primeira cliente e por muito tempo dedicada consumidora.

Algum tempo depois os ti-ti-tis gerados arrataram-se a dias sem conta, afastando a comadre em definitivo daquele ambiente.

Nota-se que em momento algum eu falei de inveja, mas nas entrelinhas vê-se que elas existem e ao contrário do vinho que quando mais velho melhor, ela a inveja quando mais antiga mais dolorosa.

Hoje em dia quando se chegam a encontrar em algum evento e tão tem como desviar a trombada, surge na boca de cada uma aquele famoso sorriso amarelo...

Goiânia, 12 de junho de 2009.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 13/06/2009
Código do texto: T1646448
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