O HOTEL DA VACA

NHOZINHO dono de muitas terras e invernista tradicional cujo rebanho ora ultrapassa ora diminui das cem mil cabeças é tido como o rei do gado.

Além das posses era administrador de duas lindas filhas prendadas com estudo até no exterior lá pelas bandas da Torres Eifel.

Roceiro de nascimento e milionário por opção se via diante de um sério problema as duas filhas encontravam-se naquele período de precisar de marido. Vira e mexe algum aventureiro rastreando o rastro do cio punha-se a corteja-las.

Abriu-se todo quando o Advogado começou a faze a corte de uma delas. Procurou saber o sobrenome e as posses da família. Serve são políticos, areiros, marmeleiros e até um banco eles tem. Gente boa.

Depois de uma boda de princesa levou o genro para conhecer as suas fazendas, eram três e analisa-lo para ver se ele entendia de gado, ou se ao menos levava jeito.

Na terceira fazenda onde o rei do pasto o zebu Brioso autêntico garrote produtor apresentou-lhe ao genro. Os dois deram a volta ao animal mostrando-lhe o dote daquela sua futura herança.

No terceiro dia de visita Nhozinho resolveu dar a última volta pela fazenda passando de novo próximo do estábulo do famoso boi. Então o genro querendo elogiar um animal fala em alto e bom tom:

- Que vaca bonita...

O invernista abaixou a cabeça e pensou dessa moita não sai codorna...

Chegando na capital convocou uma equipe de engenheiros, arquitetos e o escambal encomendando-lhes um projeto de um hotel em uma área nobre da cidade. Isso ele deve dar conta de administrar.

Fazenda chamando meu melhor reprodutor de vaca não tem futuro.

O hotel está plantado na Avenida República do Líbano e é um espécime cinco estrela todo reluzente na cor rosa.

Não sei se a cor é uma homenagem a vaca. A cor com que fora pintado o hotel se simboliza o lado feminino. Não sei se tem algo a ver ou se é pura coincidência.

Goiânia, 09 de maio de 2009.