Tomara!

Há seis meses Andréia ficara viúva. Seus filhos Maurício de 10 e Marina de 8 anos, passaram a dormir com ela na imensa cama de casal.

No dia em que completara seis meses da morte de Marcos, Andréia passara o dia inquieta sentindo um calor descomunal.

À noite, após colocar as crianças para dormir, tomar seu quinto banho e fazer suas orações, ela fora para a cama. As crianças já dormiam profundamente. E ela, continuava inquieta.Tentou relaxar.Ficou fitando o teto. Fechou os olhos, mas, sem dormir.

Pouco tempo depois, ela tinha certeza que não estava dormindo, sentira um peso como sendo de alguém sobre si. Imediatamente gritara. Pelo menos achara que gritara o nome da filha que dormia a seu lado.

De súbito, o roçar de um rosto com a barba um pouco crescida, e uma voz que ela conhecera de imediato, transmitira-lhe: “Se você quiser que Marina lhe escute, grite para ela ouvir!" Respondera-lhe também mentalmente: “Marcos, você não mais pertence a este mundo. Deixe-me em paz. Você agora vive no plano espiritual. Vou rezar para que você encontre o caminho da luz e da paz!" E, a medida que ela ia proferindo as palavras da oração, o pai nosso, o peso ia desaparecendo de seu corpo.

Após, sentara-se na cama, acendera a luz, acalmara a inquietação que sentira durante todo o dia, e meditara sobre os últimos acontecimentos. Compreendera que, mesmo sem saber muito bem, talvez tenha doutrinado, o espírito ignorante do seu marido.

Em suspiros ela desejara: “Tomara...Tomara!”

Mariluxa