PORTUGUES NOTA DEZ

Tirar dez em português nunca foi minha pretensão. O professor da matéria integra diretor da escola e fundador do Colégio Couto Magalhães. Transferiu a escola a outro grupo, mas continuo no mesmo prédio que era de sua propriedade ali na rua Manoel D`Abadia em Anápolis.

Além das qualidades acima era também pastor evangélico e fazia do seu colégio o seu ministério.

O seu nome professor ANTONIO DE OLIVEIRA BRASIL possuía um peso educacional de monta.

Do outro lado eu garoto mal educado e moleque as pampas. As minhas qualidades eram zero a esquerda, gostava de ir ao “buracão” amarrar uma camisa ao pescoço, gritar “Shazam” e pular lá de cima caindo sobre as palhas de arrozes ali depositados como resíduo inútil da industria rizicola. Vez por outra queimava os pés porque algum engraçadinho incinerava as palhas jogando outras palhas por cima. Ali também era a minha mina de conseguir alguns trocados, através das cinzas alvas das palhas de arroz queimadas, substituídas hoje pelo famigerado “Bom-bril”. Além dessas qualidades era azucrinar a cabeça do professor Brasil.

Nos intervalos do recreio eram reunidos em uma salão todos os alunos onde o professor fazia suas preleções diárias, encerrando sempre com um xaveco bíblico.

Em uma oportunidade falou sobre umas “férias” dele e eu gravei na minha mente palavra por palavra de tudo que ele dizia, é claro eliminando o xaveco.

Na prova de meio de ano eis que o ponto sorteado a redação: AS FÉRIAS.

Recordei Tim por Tim de tudo que lê havia falado em sua palestra há poucos dias atrás. À parte de análise e gramática “chutei” como fazem os “bons alunos”.

Ao pegar o boletim semestral levei um grande susto a minha nota em português foi dez.

Na primeira palestra do segundo semestre ele começou elogiando-me pela redação.

Foi o suficiente com esse ato eles transformou o pior aluno em um amigo e admirável fã.

Goiânia, 19 de abril de 2009.