A cigana

Quando eu tinha trezes anos uma cigana me parou na rua e quis ler minhas mãos eu fiquei apreensivo, relutei, pois eu tinha apenas três reais para comprar guloseimas mais quando ela falou que podia ler minhas mãos e assim adivinhar meu futuro não resisti a proposta e tomado pela curiosidade entreguei minhas economias nas mãos daquela cigana afim dela ler as minhas, percebi que aqueles pulsos eram iluminados, pois possuía muitas pulseiras de ouro de certo a divindade se encontrava ali o brilho do metal radiava em meus pequenos olhos arregalados e curiosos. Então ela me disse:

__ Pequeno grande menino, vejo que seu futuro é promissor, quando tiveres vinte e quatro anos a de governar um povo e terás muito dinheiro, jóias serás sábio entre os homens e os grandes buscarão ouvir tuas palavras.

Eu entusiasmado mal pude ouvir aquilo e corri para minha casa para contar as novidades para meus irmãos e minha mãe.

Fui crescendo e logo tudo aquilo sumiu de minha cabeça devido o decorrer da vida, quando fiz vinte e quatro anos estava dentro de um centro de tratamento para dependentes químicos para se recuperar do vicio de drogas, então percebi naquele momento que não era governador de um povo, pois não governava nem a mim mesmo, não ostentava jóias e pouco era sábio e ninguém me procurava para ouvir o que eu tinha para dizer.

Descobri naquele momento que o futuro se faz no hoje, e que o homem não pode governar um povo enquanto não governar seus pensamentos e sentimentos e que jóias na verdade são as pessoas que amam as suas, que não abandonam por mais que muitas vezes escolhemos andar por caminhos errados e que sabedoria não quer dizer falar e sim ouvir e que a paciência é a ciência da paz.

Assim aquela cigana acertou apenas uma parte da profecia, a que eu seria aos vinte e quatro anos um pequeno grande menino.

guido campos
Enviado por guido campos em 04/04/2009
Código do texto: T1523173
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