No farol vermelho
No farol vermelho enquanto eu aguardava o sinal verde, um menino- pobre criança - bamboleava em frente ao meu carro com pedidos de moedas; pela sua sobrevivência ou todavia pela sociedade hipócrita em que vivemos.
Intrigada, naquele momento, com minha profissão na cabeça e como sonhadora que sou perguntei-lhe se estudava e se sabia de cor algum nome de poeta ou se podia recitar alguma poesia pra mim. Ele então me disse: - Poesia? Poema? Ah, dona, poema é coisa de amor e eu não sei disto,não!
O farol abriu dei um minúsculo sorriso pela sua resposta, não uma moeda como de costume. E balbucei: - Poesia é brincar com as palavras ,menino! Ele encarou-me com lentidão no olhar e dei partida no carro sem demora!
É, o poeta vê coisas que ninguém vê! Com certeza nem brincadeiras e nem o amor ele conhece! "Poema é coisa de amor e eu não sei disto,não!"
Como é triste a realidade através da linguagem!