Pagando MICO para O VIZINHO
Era só quinta-feira, tinha cara de quarta mas era quinta, eu tive conflitos mentais durante todo o dia e comecei a trabalhar só as 5 da tarde, consequentemente sai as 8.
No trem lia minha Insustentável leveza do ser, me sinto leve como um elefante só pra constar. Caminhava da estação até meu lindo lar, já pensando em passar na padaria para continuar meu movimento “vou comer o mundo”, ouvia no meu amigo celular Aerosmith, essa banda me lembra o Flávio amigo da minha irmã, o Flávio me lembra o vizinho.
“Adoraria encontrar o vizinho”
Eu na calçada, na quadra da padoca e no fone tocava:
“CRAZY, BABE...”
O carro, o carro, o carro do vizinho!!! Estava lá paradão em frente ao meu destino, bem em frente.
“Yes, Yes!!!” isso com direito a soquinho do Rai quando fazia gol, no meio da rua sim, e dai?
Eu me prometi que perguntaria o nome dele na próxima vez que o visse, a qualquer preço, então os passo seguintes foram cheios de decisão.
“Sim hoje eu pergunto o nome dele, pergunto, pergunto, pergunto!”
Quando pisei na porta já pensei logo:
“Melhor perguntar na saída”.
Varri o ambiente com os olhos e? E estava ele sentado bebendo cerveza com um sósia.
“Caracas! Enquantos eles são? Uaaaaaaaaaaal! Se um for casado o outro não éééééé. UHU! Se um for viado o outro não éééééé. UHU!”
O cara era tão bonito quanto o vizinho, deve ser vizinho também, cheio de charme (uuuuuuuu cheio de charme, uuuuuuuuuuum desejo enorme, de se aventuraaaaaaar ouo...), não tem cabelos brancos e nem longos, mas é o clone sim.
Ao vê-lo acompanhado toda minha certeza virou dúvida, ou melhor continuou certeza, mas certeza de não.
“Ixi! Vou falar com ele não, ele ta acompanhado, distraído bebendo breja, melhor deixar isso pra outro encontro. Afinal ele pode estar levezinho pelo efeito do alcool e ja soltar uma pérola do tipo ‘você é simpatica, ja vi você tropeçar’. Aff! To fora”
Quanto eu olhei pra ele, ele olhou pra mim também, na verdade ele olhou para a porta, mas eu estava nela, com isso ele me viu e portanto olhou pra mim sim.
Eu ia comprar queijo.
“Sim só queijo”
Mas veio foi uma vontade de comprar a padaria inteira, afinal quanto mais tempo eu ficasse ali mas eu poderia ver e ser vista. Se o que eu queria era ser vista foi o que aconteceu.
O queijo caiu, o pão cai, o requeijão caiu também, mas assim... não caiu tudo de uma vez não, caiu foi um a um. Cai queijo, Léia abaixa e pega, caia pão Léia abaixa e pega, cai requeijão (se fosse de vidro hum...), Léia a... ( ai que dor nos quartos de abaixar e levantar) Léia abaixa e pega.
Na hora de pagar eu deixei uma moeda cair.