Acordando com o vizinho

Andando eu tranquilamente pelas ruas de meu bairro em um lindo dia de Sol, vejo ele.

Ele quem?

O vizinho ué! Quem mais?

Oh meu Deus, o que é essa bermuda branca florida de azul, com essa camiseta amarela?

Abstrae Léia, não há de ser nada, ele continua sendo ele.

Mas blusa amarela é de mais pra minha pessoa, tenho enraigado em mim a pergunta de meu irmão: “O que seria do amarelo se não fosse o mal gosto?”

Para de pensar cabeça, é ele e pronto, é ele.

Eu estava com minha filha e continuei andando tranquilamente, chegando perto passei a andar mais lentamente buscando prestar atenção no papo dele e do amigo, quando sou interrompida pela filhota.

“Mãe, é esse homem que você acha bonito?”

“Sim é.”

“Credo mãe, ele está fazendo muita careta, é feio esse homem”

E ele tava mesmo fazendo muita careta, que coisa feia.

Voltei pra casa um pouco desolada com o que vi, fiquei incorformada e saí novamente, disposta a perguntar o nome dele e pelo menos acabar com essa admiração por um ser sem nome.

Euzinha sozinha andando pelo bairro, encontrei ele, sim econtrei.

Respirei contei até 3, criei coragem e lá fui eu.

“Oi tudo bem? Qual é seu nome?”

“O quê?”

“Seu nome, só quero saber seu nome, o meu é Léia”

Com cara estranha de quem se pergunta “quem é essa louca?” ele diz:

“Fernando”

Quase saltitante, sem dizer mais nada saio peranbulando. “Fernando, Fernando, claro Fernando.”

Pronto ele tem nome, uhu, tem nome, tem nome, tem nome, lalalala, nomeeeeeee. Fernandooooooooooo.

“Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz” toca o meu celular as 6:30 am, hora de ir trabalhar. Acordei!