O Vizinho - ele existe

Ele é o primeiro ser marcante do bairro, mas também pudera, um homenzarrão de cabelos brancos, bonitão pacas, para uma divorciada carente- e louca, cá entre nós- é o ser perfeito e jamais passará desapercebidamente.

Agora que já montei uma história sobre ele, vixi, que já tenho até tudo montadinho na minha cabeça.

Graças a minha amiga Carol, fiquei sabendo que ele tem uma filha pequena, na verdade, ela só viu uma meninha entrando no carro dele vestindo roupinha de ballet. É nessa parte que minha imaginação trabalha, hehehe- imagina aquele monstrinho esfregando as mãos, é assim minha imaginação.

O carro dele algumas vezes está parado em frente a casa de onde saiu essa criança, mas não dorme lá na garagem, JÁ SEI DE TUDO:

Ele sempre visita a filha, é um homem divorciado, um pai atencioso, até leva a filha para a apresentação de ballet da escola e passa na casa dela sempre para acompanhar seus dias. TCHANAN.

Certamente ele é divorciado, sempre toma café na padaria. Que mulher não prepararia um café para um homem daquele?

Onde ele trabalha tem um homem de cabelos branquinhos -branquinhos e não brancos, porque o cabelo do velhinho é ralo e ele é meio mirrado, então é branquinho sim- esse homem às vezes dirige o carro dele. CLARO. ÓBVIO. Esse senhor é o pai dele. TCHANAN.

Tem também a parte de que eu o vejo sempre com um homem no carro. Durante as manhãs, quando o vejo com algum homem no carro estou certa de que são coisas de trabalho mesmo, alguém precisa fazer algo na empresa e ele, muito prestativo, leva no carro dele mesmo- ele não é chofer, não pode ser.

Quando o vejo a noite, com um moço bonito, que é do mesmo condomínio que eu, sei perfeitamente que estão indo ou voltando de alguma saidinha, vida social, né gente? Todo mundo tem - mas por que diabos vida social só com homem? AH. É mesmo, eu já ia esquecendo, ele é divorciado, está naquela fase de não querer relacionamentos, é cedo demais. Só para atualizar, eu desisti da idéia de que ele é gay .

Agora a parte de perguntar o nome dele está complexa.

De manhã: Não é hora, né? Ele está correndo com coisas do trabalho, melhor não atrapalhar, ele pode pensar que sou inconveniente. Hum... Deixa para mais tarde.

Mais tarde: Coitado, né? Teve um dia duro de trabalho, se eu perguntar algo agora posso parecer sem noção, uma à toa que não faz nada da vida e não sabe como é um duro dia de trabalho.

De noitão: PUTZ. Ele parece meio alcoolizado, não deve ser uma boa falar com ele agora, pode ser sincero demais e me dar uma patada, afinal ele está sofrendo ainda com o divórcio.

E a saga do Vizinho continua...