Conto Real
Uma borboleta azul, percebi, discretamente posou. Os poetas renascem...
O dia seguinte foi coberto por um "Azul Aparecidense". Minhas lembranças conduziram-me para a rua em que vivi minha infância. Lá, avistei a janela da casa nº 29, por onde passei muitas e muitas vezes. O poeta sempre me acenava.
De repente todas as janelas se abriram. No fim da rua os colibris bailavam. Pétalas lilás caiam do céu. Nos Jardins e nos quintais apareceram centenas de Borboletas Amarelas – algumas, quem sabe, vindas lá da biblioteca; outras, da Monte Carmelo, da Praça São Benedito; dezenas, da Estação Ferroviária, do rio... e muitas vindo do Hotel Negro Reis. Uma decolou da nova princesinha. Outras, do fim da rua Primeiro de Maio, que aqui ficaram – e se transformaram em poesia.
Deixando uma lição, a borboleta azul foi embora. Para além do lago azul. Deixando sua trilha...
Por isso esse conto real existe...