BOTO COR DE ROSA : 2
BOTO COR DE ROSA
Lá pelas bandas de Luiz Alves, logo depois das férias de julho, todo ano acontece várias vezes o “repeteco” do mesmo filme. A gravidez em muitas moças virgens juramentadas.
Desta vez aconteceu da palhoça de dona Nono. A sua filha Tere engravidara-se de tanto passear na voadora de um jovem que mora lá capital, Goiânia.
Como não podia deixar de ser a sua desculpa justificando o fato foi:
- O BOTO...
Até aí tudo bem todas elas sempre falam isso só que "Tere" namorava Zelão, um barranqueiro porreta, brabo p'ra chuchu. Por qualquer coisa já partia para a ignorância. Tomava satisfação, batia, matava, corria atrás. Fazia tudo que um homem com "H" maiúsculo faz...
Ao ser informado pela sogra do ocorrido foi logo pegando a carabina, a garrucha de dois canos e um facão...
Na sua sede de vingança não deixou a cabeça esfriar. Não ouviu conselho de ninguém. Pegou sua canoa simples e começou a vagar pelas barrancas do rio. Ele sabia onde os botos apareciam. Ficou pescando peixe menores justificando qual peixe queria para acertar a conta.
Surgiu um lindo boto cor de rosa na frente de sua canoa. Reconheceu-o. Era um antigo companheiro de estripulias naquelas águas.
Sem dó nem piedade atirou-lhe com a carabina, com a garrucha e como se não estivesse satisfeito pula em cima dele já bem ferido, dando-lhe várias facãozadas até matá-lo e foi logo dizendo:
- É pra você não infelicitar outras moças por aí...
Goiânia, 21 de julho de 2008.
Contos:
Causos ecologicamente incorretamente
Mas aconteceu...