A Defesa
Certa ocasião, um viajante cansado e faminto, passou por uma pequena cidade, bateu à porta de um homem desconhecido e pediu algo para matar sua fome.
Este homem por ser pobre, pegou alguns ovos que guardara com objetivo de chocá-los e aumentar sua produção de galinhas, cozinhou-os e ofereceu ao viajante.
Após saciar a fome e descansar, ele agradeceu e seguiu seu destino.
Alguns anos mais tarde, veio a se estabelecer naquela cidade.
Certo dia, o anfitrião do viajante, ao relembrar esta história, foi questionado por um de seus filhos, por que motivo ele não recebera nada em troca deste benefício e ele não soube explicar.
Indignado, este filho disse que não era justo e que faria algo a respeito. E fez.
Formou-se em direito e resolveu mover um processo contra o ex-viajante.
Sua ação tinha como base um cálculo efetuado por ele considerando que: Caso o viajante não tivesse comido aqueles ovos, sua família poderia estar em melhores condições financeiras.
Argumento: Aqueles ovos gerariam novas aves, que por sua vez gerariam novos ovos e assim sucessivamente.
Considerando os anos decorridos e a multiplicação das aves, a soma calculada era bastante considerável.
Pois bem, marcado dia e hora para audiência de conciliação, o “réu” foi devidamente convocado com a devida antecedência.
Acontece que chegou na audiência com uma hora de atraso, por orientação de seu advogado.
Ao adentrar na sala, foi imediatamente questionado pelo Juiz sobre o motivo daquele atraso, ao que ele respondeu:
- Excelência, eu estava cozinhando batatas para plantar na minha horta.
- Como assim? Não se cozinha batatas para plantar!! Falou o Juiz indignado.
Foi quando seu advogado interveio:
- De acordo com sua dedução, excelência, também podemos afirmar que ovos cozidos também não podem gerar novos animais, concorda?
Moral: Não basta se formar em direito, temos que saber interpretá-los.
(Certo, amigo Kulayb?!!)