O DISCURSO DO CRENTE

Seria a primeira vez que o crente, como é chamado, iria passar ano no povoado Caixa D’água, em uma cidade qualquer. O vento noturno levantava a poeira da rua sem pavimento. A lua se se encostava às nuvens, não queria de toda ser vista.

Então, o líder do povoado, chamou o crente e lhe intimou um discurso. Teria que ser curto. Rápido, porque ele falaria dois minutos ante do ano que morria. E ninguém queria cumprimentar o novo ano com discursos.

Na primeira vista, o crente quis imitar a lua, mas não tinha autoridade lunar. Soltando pela boca todo o nervosismo, fazendo a mesma tremer freneticamente, então, começou a matutar seu pequeno discurso.

Pensou. Sua fala deveria conter um agradecimento pelo ano que passou e a esperança de um próspero ano novo. Ensaiou umas frases de efeito, mas achou que perderia o efeito se esquece na hora. Lembrou de um poema, mas, com o nervosismo, a rima poderia descompassá-lo.

Pelo alto falante, ouviu o líder discursar: “hoje, quem fará o discurso anual será o crente, cidadão que ganhamos este ano”. O vento noturno deixou de lado a poeira e passou arrepiar os poucos cabelos da cabeça do crente. “Vamos! O ano está acabando!”, chamou o líder.

“Glória a Deus pelo ano que passou e pelo que vem!”, falou com voz tremula. Os olhos começaram a arregalar com a recepção. Todos o aplaudiam em pé. “Falou pouco, mas falou bonito!” elogiou o líder, já em 2009.

Joaoaquila.com deseja a todos um feliz ano novo!